O ministro da Unificação da Coreia do Sul, Lee In-young, disse ontem (8) no Parlamento de seu país que um grande desfile está sendo programado. Além disso, imagens de satélite divulgadas pelo site 38North sugerem que o evento será de grandes dimensões.
O aniversário chega em um ano difícil para a Coreia do Norte devido à pandemia do novo coronavírus e às tempestades recentes que atingiram o país.
Pyongyang fechou totalmente suas fronteiras há oito meses para tentar se proteger do vírus e, até o momento, não confirmou oficialmente nenhum caso de infecção.
No mês passado, soldados do Norte assassinaram um oficial do Departamento de Pesca da Coreia do Sul que chegou boiando em águas norte-coreanas, aparentemente, como medida de precaução para evitar uma eventual propagação da doença, o que provocou protestos de Seul e um raro pedido de desculpas do líder Kim Jong-un.
Militares sul-coreanos já verificaram que a Coreia do Norte queimou o cadáver do oficial sul-coreano que foi assassinado na semana passada, afirma líder da oposição em Seulhttps://t.co/hlFtoGayp1
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) September 29, 2020
Apesar da pandemia, são esperados neste sábado milhares de soldados na Praça Kim Il-sung, em Pyongyang, para participar de uma parada na qual provavelmente haverá a exibição de armamentos e veículos militares.
Autoridades da Coreia do Sul e dos Estados Unidos acreditam que a Coreia do Norte poderia aproveitar o desfile para exibir um novo míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês).
"Existe a possibilidade de a Coreia do Norte revelar novas armas estratégicas, como novos mísseis balísticos intercontinentais ou mísseis lançados de submarinos, para atrair atenção em um momento no qual suas conquistas econômicas são lentas", disse o Ministério da Unificação sul-coreano, segundo a agência de notícias Yonhap.
Ao contrário do que aconteceu em ocasiões anteriores, nenhum veículo de mídia internacional foi autorizado a assistir ao desfile deste ano. Além disso, como muitas embaixadas estão fechadas devido às restrições impostas pela pandemia, poucos observadores externos estarão presentes no evento.
Ainda não está claro se a emissora de TV estatal KCTV transmitirá a parada ao vivo. O governo da Coreia do Sul, por sua vez, diz que detectou indícios de que Kim deverá fazer um discurso durante o desfile, segundo informações veiculadas nesta sexta-feira (9) pela agência Yonhap, citando fontes anônimas.
Em uma mensagem de congratulações a Kim por ocasião do aniversário do Partido dos Trabalhadores da Coreia, o presidente da China, Xi Jinping, prometeu "defender, consolidar e desenvolver" as relações entre os dois países, segundo a agência oficial de notícias norte-coreana KCNA.