Atambaev foi detido no âmbito da investigação sobre a organização de motins em massa em Bishkek, informa o Comitê de Segurança Nacional do país.
Além do antigo presidente, também foram detidos seus apoiadores que desempenhavam papel de guarda-costas, e ex-vice-chefe do Ministério do Interior do Quirguistão Asanov foi detido por organizar motins em massa. O Comitê informou também que outros cúmplices também estavam sendo detidos.
"Em 10 de outubro, em resultado das investigações realizadas pelo Comitê de Segurança Nacional do Quirguistão junto com o Ministério do Interior, com base em um despacho rogatório no âmbito da investigação criminal sobre a organização de motins em massa em Bishkek, foi detido Almazbek Atambaev", informa o comunicado divulgado pelo serviço da imprensa do Comitê.
No domingo (4), o Quirguistão realizou eleições legislativas, cujos resultados preliminares apontaram a vitória dos partidos governistas Birimdik e Mekenim Quirguistão.
No dia seguinte (5), milhares de apoiadores da oposição, cujos partidos foram incapazes de superar 7% dos votos, o mínimo exigido para entrar no Parlamento, lotaram as ruas para denunciar irregularidades e exigir a repetição do pleito. Mais de 1,2 mil pessoas foram feridas e uma morreu nos confrontos.
O presidente de Quirguistão, Sooronbai Zheenbekov, denunciou uma tentativa de tomada violenta do poder e apelou ao fim dos distúrbios, mas também solicitou que a autoridade eleitoral investigasse as denúncias de irregularidades, o que resultou na anulação dos resultados oficiais.
A oposição, por sua vez, criou um conselho de coordenação e postulou para o cargo de primeiro-ministro Sadyr Zhaparov, que estava entre o grupo de políticos liberados da prisão e teve seu nome ratificado, na última terça-feira (6), em uma sessão extraordinária do Parlamento.
Vários líderes da oposição, no entanto, rechaçaram a indicação de Zhaparov e anunciaram a criação de um conselho alternativo. Além disso, exigiram a renúncia do presidente do país e a dissolução do Parlamento.
Zheenbekov assinou um decreto sobre a renúncia do premiê Kubatbek Boronov, mas tanto o chefe de governo quanto os ministros continuarão em funções até à formação do novo gabinete. Além disso, ele apelou aos opositores para iniciarem o diálogo, mas até agora não houve negociações oficiais.