Arutyunyan respondeu assim a um jornalista durante uma coletiva de imprensa sobre o fato de as autoridades de Israel afirmarem não ter conhecimento da utilização dos drones fornecidos ao Azerbaijão não para fins defensivos, mas para fins ofensivos e ataques contra a população civil.
"Durante a guerra de abril [a escalada do conflito em 2016] as autoridades de Israel não só sabiam que as armas fornecidas ao Azerbaijão não eram utilizadas para fins defensivos, mas sim ofensivos, elas eram usadas por especialistas que vieram de Israel. Por isso, fazer essas declarações é estar zombando das pessoas. Claro que eles sabem e continuam fornecendo. As autoridades de Israel, país que sofreu um genocídio, são também responsáveis por este genocídio", afirmou Arutyunyan.
O presidente de Nagorno-Karabakh disse ainda que as medidas tomadas pela liderança israelense provam que "no mundo, os valores humanos e espirituais são espezinhados por causa do dinheiro".
"Não só as autoridades israelenses, mas também as de outros países sabem tudo e continuam fornecendo armas para o Azerbaijão", lamentou Arutyunyan.
Nagorno-Karabakh se encontra mergulhada em um intenso conflito desde o final do mês passado, com ambos os lados acusando o outro de ser o responsável pela nova escalada de violência na região, alvo de disputas desde que a república autônoma decidiu se separar da então República Socialista Soviética do Azerbaijão, há 32 anos.
Na sexta-feira (9), o chanceler russo Sergei Lavrov anunciou que Erevan e o Baku concordaram em um cessar-fogo em Nagorno-Karabakh, que entrou em vigor no sábado (10), desescalando o conflito.