A Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Comunidade das Nações (CSIRO, na sigla em inglês), a agência científica nacional da Austrália, descobriu que o SARS-CoV-2 pode sobreviver em diferentes superfícies por cerca de um mês, tornando a necessidade de medidas como lavagem de mãos e higienização ainda mais importante.
Segundo a pesquisa publicada na revista Virology Journal, o novo coronavírus é capaz de sobreviver por mais tempo em superfícies lisas e em temperaturas frias, apontando cédulas, vidro e aço como os materiais mais adequados para que o vírus sobreviva.
Foi descoberto que em testes de laboratório, que excluem fatores como a iluminação ultravioleta, o coronavírus permanece em partículas transportadas pelo ar por mais de três horas.
A pesquisa vem sendo realizada há mais de um mês, com cientistas analisando e reisolando o vírus para determinar sua taxa de sobrevivência.
Durante a pesquisa, o vírus foi exposto a diferentes temperaturas, permitindo aos cientistas descobrir que a uma temperatura de 40 ºC, o coronavírus sobrevive por menos de 16 horas em algodão e por 24 a 48 horas em vidro, aço, papel e vinil.
Quando os cientistas reduziram a temperatura para 30 ºC, foi revelado que o algodão preserva o vírus por três dias, enquanto cédulas o preservam por 21 dias.
A menos de 20 ºC, foi descoberto que o vírus pode sobreviver em cédulas durante um mês.
"Os dados apresentados neste estudo demonstram que o SARS-CoV-2 infeccioso pode ser recuperado de superfícies não porosas por pelo menos 28 dias a temperatura e umidade ambiente (20 ºC e 50% de UR [umidade relativa]). Aumentar a temperatura mantendo a umidade reduziu drasticamente a capacidade de sobrevivência do vírus para apenas 24 horas a 40 ºC", concluiu o estudo.
A equipe por trás da pesquisa explicou que os resultados podem ajudar os cientistas a descobrir como melhor mitigar a propagação do vírus.
"Estabelecer por quanto tempo o vírus realmente permanece viável nas superfícies nos permite prever e mitigar com mais precisão sua propagação, e fazer um melhor trabalho para proteger nosso povo", disse o dr. Larry Marshall, diretor-executivo da CSIRO.
"Juntos, esperamos que este conjunto de soluções da ciência derrubará as barreiras entre nós e mudará o foco para lidar com concentrações específicas de vírus para que possamos colocar a economia de volta no caminho certo."