Ao longo dos últimos meses, diversas equipes obtiveram imagens que tiveram um papel importante na compreensão da interação do vírus com as células humanas, o que é um marco importante para criar uma vacina, informa o The New York Times.
Em fevereiro, nas primeiras etapas, as melhores fotografias que alguém havia registrado eram imagens de baixa resolução, onde o vírus parecia apenas uma mancha pouco perceptível.
O doutor Sai Li, biólogo estrutural da Universidade de Tsinghua de Pequim, foi um dos primeiros a registrar fotos detalhadas do coronavírus e de sua interação com as células humanas.
Li colaborou com uma equipe de virologistas chineses que trabalhavam com o vírus em um laboratório de biossegurança na cidade de Hangzhou, tratando-o com uma substância química para o tornar inofensivo, enviando-o depois para Sai Li em uma amostra líquida.
O cientista e sua equipe concentraram o líquido carregado de vírus de um litro para apenas uma gota, que foi congelada em uma fração de segundo e logo observada através de um microscópio crioeletrônico.
"Vi uma tela cheia de vírus [...] Pensei que era o primeiro no mundo a ver o vírus em alta resolução", contou Li.
Durante as semanas seguintes, o doutor Li e sua equipe estudaram as imagens registradas do coronavírus, inspecionando as proteínas de sua superfície e as que estavam em seu núcleo, enroladas com os genes.
Atualmente, os pesquisadores estão usando supercomputadores para criar vírus virtuais completos, que esperam usar para compreender como os vírus reais se propagaram com uma facilidade tão devastadora.
Assim, a equipe de Rommie Amaro, bióloga computacional da Universidade da Califórnia em San Diego, criou modelos átomo por átomo do coronavírus e de sua proteína pico.
As pesquisas têm ajudado os cientistas em todo o mundo a conhecer o SARS-CoV-2 detalhadamente, descobrindo como algumas de suas proteínas são utilizadas para se introduzir nas células e como seus genes dominaram nossa bioquímica e abriram o caminho para a vacina que poderá combatê-lo.