O que se sabe sobre o novo míssil norte-coreano 'monstruoso'? (VÍDEO)

© REUTERS / Damir SagoljDesfile militar em Pyongyang exibindo os novos mísseis balísticos intercontinentais (ICBM)
Desfile militar em Pyongyang exibindo os novos mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) - Sputnik Brasil
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O "monstruoso" míssil balístico intercontinental da Coreia do Norte, revelado no desfile militar em Pyongyang no sábado (10), é uma arma "altamente desestabilizadora" que visa ameaçar o sistema de defesa antimísseis dos EUA, dizem especialistas.

Considerado por vários analistas, possivelmente, o maior míssil de seu tipo até hoje inventado, o novo míssil norte-coreano é apresentado em um veículo transportador de 11 eixos, parecendo ser dois a três metros mais longo que o Hwasong-15, o míssil de maior alcance que a Coreia do Norte já testou, de acordo com estimativas de vários especialistas em armas citados pela Bloomberg. De igual modo, também possui um diâmetro maior, o que, se operacional, o tornaria o maior míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) móvel rodoviário do mundo.

Qual a magnitude do perigo representada pelo novo míssil?

Jeffrey Lewis, professor do Instituto Middlebury de Estudos Internacionais de Monterey (EUA) e editor-chefe do blog Arms Control Wonk, disse em comunicado ao portal Defense One, que o míssil seria projetado para transportar várias ogivas. Esta nova capacidade pode ajudar a arma nuclear norte-coreana a evitar os interceptores de defesa dos EUA, e ao mesmo tempo é "muito mais barato adicionar ogivas do que interceptores", explica Lewis.

Dentro do mesmo assunto, Melissa Hanham afirmou em um artigo para a BBC que se Pyongyang é capaz de lançar várias ogivas nucleares em um único míssil, isso significaria "outro golpe para os sistemas de defesa antimísseis dos EUA, que já correm riscos".

Em um seminário virtual organizado pela NK News, Ankit Panda estimou que a nova arma poderia carregar até quatro ogivas.

Sabendo isto, o especialista calcula que a Coreia do Norte precisaria lançar 11 mísseis balísticos intercontinentais, tendo cada um só uma ogiva, para ter pelo menos um terço de chance de escapar dos escudos de mísseis e detonar uma arma termonuclear em uma cidade dos EUA. Portanto, quanto mais ogivas Pyongyang conseguir lançar, maior seria a possibilidade de atingir os interceptores americanos, diz Panda.

De acordo com Jeffrey Lewis, enquanto o míssil não for testado em voo, não há como saber a dimensão da ameaça para os EUA, e no final, para o mundo. Porém, o analista avisa que "estamos esperando enquanto eles [norte-coreanos] implantam recursos muito desestabilizadores".

Como continuar evitando o conflito?

Lewis, que culpa o governo Trump pelo fracasso das negociações nucleares com Pyongyang, afirma que se Washington não encontrar uma maneira de reiniciar o diálogo, a Coreia do Norte continuará desenvolvendo armas que colocam cada vez mais em risco as forças e o território dos EUA.

Deste modo, as motivações para os EUA atacarem preventivamente aumentam, o que, por sua vez, pode forçar o governo norte-coreano a lançar armas nucleares para sobreviver. "Não devemos permitir que haja uma situação em que existam fortes incentivos para entrar primeiro no conflito", advertiu.

A Coreia do Norte continua mandando mensagens ao mundo, em particular aos EUA, de que o seu poder não deve ser subestimado. Já a resposta às primeiras terá de ser cautelosa, por poder desencadear um conflito nuclear com impactos globais, acreditam analistas.

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