A previsão atual representa uma melhora em comparação com o último relatório, publicado em junho, no qual a organização estimava uma redução de 9,1%. Já em relação à projeção para 2021, ocorreu o inverso, pois o FMI prevê uma recuperação de 2,8%, enquanto estimava em junho um crescimento de 3,6%.
O relatório destaca a recuperação da atividade industrial no país em julho e agosto, mas reitera que o setor de serviços ainda enfrenta dificuldades devido ao alto número de infectados pela COVID-19.
O FMI também elogia a resposta das autoridades à crise provocada pela pandemia, com a implementação de um programa de estímulo, que incluiu o auxílio emergencial de R$ 600 mensais.
"A forte resposta em termos de políticas públicas evitou uma desaceleração econômica mais profunda, estabilizou os mercados financeiros e amorteceu os efeitos da pandemia sobre os pobres e vulneráveis". "O auxílio emergencial provou ser crucial no apoio à subsistência de trabalhadores informais e famílias pobres, elevando a renda de cerca de 23 milhões de pessoas - 10% da população total - acima da linha de pobreza extrema", diz o Fundo.
A organização, no entanto, ressalta que a ampliação da assistência para mais de 67 milhões de pessoas significa que "os custos fiscais médios para nove meses atingirão cerca de 4,6% do PIB", cerca de dez vezes o custo anual do Bolsa Família.
For #emergingmarket and developing economies, growth is forecast at –3.3% in 2020, 0.2 percentage point weaker than in the June 2020 WEO Update, strengthening to 6% in 2021. Read the latest #WEO. https://t.co/XMCO1e58iW pic.twitter.com/4dsfMO2neO
— IMF (@IMFNews) October 13, 2020
Para #emergingmarket [mercados emergentes] e economias em desenvolvimento, o crescimento está previsto em -3,3% em 2020, 0,2 pontos percentuais a menos que na atualização do WEO [relatório Perspectivas da Economia Mundial] de junho de 2020, aumentando para 6% em 2021. Leia o último #WEO [Perspectivas da Economia Mundial].
Em relação ao desemprego, o Fundo considera que o índice terminará o ano em torno de 13,4%, e chagará a 14,1% em 2021.
"Embora alguns indicadores recentes sejam encorajadores e as autoridades esperem uma forte recuperação no próximo ano, pode levar algum tempo para que o emprego, a renda e a pobreza voltem aos níveis anteriores à COVID-19. Existe um grau bastante alto de incerteza sobre como a pandemia evoluirá, e o fim do apoio fiscal no final do ano aumentará a pressão sobre o já amplo hiato do produto", escreve o Fundo no relatório.
A situação do Brasil é similar à de outras economias emergentes, para as quais o FMI prevê um aumento do nível de pobreza e desigualdade social.