O trajeto foi rastreado pela Global Flyway Network, um grupo de conservação que estuda aves marinhas realizadoras de migrações de longas distâncias. Segundo os especialistas, a ave em questão pertence ao grupo de aves Limosa. Aves deste grupo em particular tendem a possuir a estrutura aerodinâmica de um caça, o que permitiu à pequena campeã partir do noroeste da América em 16 de setembro, e chegar onze dias mais tarde à Oceania, a velocidades de voo de até 88 km/h.
Barwit established new record of non stop flight +12000 km!
— José A. Alves (@_JoseAAlves_) October 13, 2020
How awsome is that?!
See link to article with Jesse Conklin#biodiversity #conservation#migration #ISTC20 #IWSGconf#waders #shorebirds@GlobalFlyway @WaderStudy @eco_flyway @NIOZwdrchttps://t.co/fPqDDw741M pic.twitter.com/9FAnLCCGFU
"Barwit estabeleceu novo recorde de voo sem pausas de mais de 12.000 quilômetros! Quão incrível é isso?!"
A ave macho, identificada como 4BBRW, tinha um rastreador por satélite na parte inferior das costas, para que seu progresso pudesse ser seguido juntamente com outras quatro aves que também partiram do Alasca, onde permaneceram por dois meses alimentando-se de ameijoas e vermes.
Pesando entre 190 a 400 gramas, as aves Limosa apresentam uma taxa de conversão de combustível em energia incrivelmente eficiente. Contudo, a característica que mais impressiona os cientistas é a capacidade de conseguirem diminuir o volume dos seus órgãos internos para diminuição da carga total, que a aliviará em voos longos, adicionando ao possível fato de nunca dormirem durante a viagem.
O pesquisador Jesse Conklin afirmou que existem outras aves que realizam trajetos semelhantes, cobrindo rotas de dez mil quilômetros sem escalas, mas esta espécie, Limosa, é a única que "necessita fazê-lo".
No entanto, cientistas continuam a se maravilhar com a ave Limosa, que "parece ter certa capacidade de saber onde se encontra no mundo", algo que os pesquisadores ainda não sabem explicar, pois parece que o pássaro "tem um mapa a bordo", comentou Conklin ao The Guardian.