De acordo com a revista, a base, que abriga mais de 20 mil funcionários tanto americanos como japoneses, usa alegadamente substâncias fluorosurfactantes (PFAS, na sigla em inglês), um produto químico associado a câncer dos rins e testículos, a níveis de colesterol elevado e a uma resposta vacinal baixa, de acordo com a Agência de Substâncias Tóxicas e Doenças dos EUA.
Altamente resistentes ao calor, óleo e água, PFAS são usados principalmente na produção de embalagens de alimentos, panelas antiaderentes e espumas militares de combate a incêndios.
A presença destas substâncias na água da ilha foi detectada pela primeira vez em 2016 quando as autoridades da província de Okinawa reportaram haver uma quantidade mais elevada destes químicos na água potável que vem de um rio que flui ao longo da base de Kadena – a maior base militar da Força Aérea dos EUA no Pacífico.
Entre fevereiro de 2014 e novembro de 2015, o departamento de Okinawa detectou um máximo de 80 nanogramas (sendo 30 nanogramas considerados a média) de PFAS em um litro de água potável, ou seja, níveis de 1,5 a 10 vezes superiores ao limite máximo aceitável de produtos químicos neste volume de água em conformidade com as normas japonesas, relata Okinawa Times.
Em abril do ano passado, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Kyoto descobriu que a quantidade de PFAS no sangue de residentes de três cidades da prefeitura de Okinawa estava quatro vezes superior em relação à média de todo o país, aponta Ryukyu Shimpo.
A contaminação por estas substâncias utilizadas na produção de espuma de combate a incêndios foi detectada em bases militares espalhadas em todo o território dos EUA, bem como em instalações militares americanas na Coreia do Sul, Honduras e Bélgica.