Um estudo recém-realizado por uma equipe internacional de cientistas liderada pela NASA sugere que a Terra e a Lua tinham um campo magnético conjunto que servia como um escudo contra as partículas do vento solar.
Durante muito tempo, cientistas acreditavam que a Lua não tinha um campo magnético duradouro devido ao pequeno tamanho do núcleo lunar.
Graças à utilização de novas tecnologias, pesquisadores da NASA analisaram amostras da superfície lunar que foram coletadas durante as missões Apollo e conservadas por décadas.
O estudo demonstrou que, durante a formação da Lua, o calor manteve o ferro em estado líquido que, por sua vez, criou um campo magnético de pouca duração devido ao tamanho do núcleo.
"É como fazer um bolo: quando você o tira do forno e ele ainda está esfriando. Quanto maior a massa, mais tempo demora para esfriar", disse Jim Green, cientista-chefe da NASA e autor principal do estudo.

Incialmente, a Lua estava muito mais perto da Terra, mas, ao longo dos anos, foi se afastando devido à gravidade. Os cientistas criaram um modelo computacional para analisar como interagiam os campos magnéticos da Terra e da Lua. A simulação demostrou que as magnetosferas de ambos os corpos celestes estavam conectadas nas regiões polares de cada objeto.
Os cientistas acreditam que o escudo protetor desempenhou um papel importante na evolução da Terra, uma vez que não permitia que as partículas do vento solar removessem atmosfera do nosso planeta.
Pesquisadores calcularam que a magnetosfera conjunta da Terra e da Lua persistiu de 4,1 bilhões a 3,5 bilhões de anos atrás.
Ao longo do tempo, o interior da Lua esfriou e o nosso satélite natural perdeu eventualmente magnetosfera e atmosfera. Cientistas dizem que o campo magnético da Lua se tornou muito mais fraco há 3,2 bilhões de anos, antes de ter desaparecido cerca de 1,5 bilhão de anos atrás.