Em vídeo publicado nas redes sociais, ele disse que era preciso comemorar o Nobel da Paz concedido ao Programa Mundial de Alimentos (PMA). Por outro lado, afirmou que a situação no Brasil, com a pandemia e o aumento do preço dos alimentos, era grave.
Neste Dia Mundial da Alimentação, a Sputnik Brasil debate o prêmio Nobel concedido ao Programa Mundial de Alimentos (PMA) e como a pandemia, guerras e mudanças climáticas colocam a fome de volta no centro da agenda mundialhttps://t.co/IsKx50SgkC
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) October 16, 2020
O petista ressaltou ainda que, em 2014, o Brasil foi declarado oficialmente fora do Mapa da Fome da ONU, mas, desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o país "deu marcha à ré".
"Seis anos atrás, o Brasil conquistava o respeito e admiração mundial ao ser declarado fora do Mapa da Fome da ONU. Depois do golpe contra a presidenta Dilma, o país deu marcha à ré. Os golpistas mergulharam nosso país num poço sem fundo", disse Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados em setembro, mais de um terço da população brasileira apresentou algum grau de insegurança alimentar no biênio 2017-2018, maior índice registrado desde 2004, quando o levantamento foi feito pela primeira vez.
De acordo com análise de especialistas, os números significam que o Brasil retornou em 2018 ao Mapa da Fome - lista de países com mais de 5% da população ingerindo menos calorias do que o recomendável.
'Não resolve problema da fome'
Além disso, Lula citou campanha veiculada na Rede Globo de valorização da indústria do agronegócio no Brasil, que diz "agro é tech, agro é pop, agro é tudo".
"O agro pode ser 'pop', como dizem os caríssimos anúncios na televisão, mas não resolve o problema da fome. Repito: mais de 10.000.000 de brasileiros não têm o que comer. E isso sem falar nos 74.000.000 que estão, segundo os técnicos, em 'situação de insegurança alimentar média ou leve'. Na mesa do pobre, porém, a fome não tem nada de média ou leve", disse o ex-presidente.
Lula criticou a política de "desmonte do Estado" do governo do presidente Jair Bolsonaro, assim como diminuição do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300. Segundo o petista, "é imperioso continuar" com o benefício "enquanto durar a pandemia".
"Bolsonaro disparou um tiro de misericórdia contra os pobres e reduziu pela metade o valor do auxílio emergencial, de R$ 600 para R$ 300, além de excluir um grande número de beneficiários do programa", disse o ex-presidente.
Ato nacional contra a fome
Por ocasião do Dia Mundial da Alimentação, organizações da sociedade civil, com apoio da campanha #600atédezembro, promovem nesta sexta-feira (16) o Ato Nacional Contra a Fome, em vários pontos do país. Durante a ação será lançado o Manifesto Popular Contra a Fome e Pelo Direito de Se Alimentar, que entre seus pontos inclui a defesa da manutenção do auxílio de R$ 600 até dezembro.