A informação foi divulgada hoje (19), cinco dias depois que a Polícia Federal (PF) esteve na casa do agora ex-vice-líder do governo no Senado, na quarta-feira (14). O senador foi um dos alvos de operação da PF que investiga desvios de recursos de combate ao coronavírus em Roraima, estado que governou em 2014. Na ação, foram encontrados pouco mais de R$ 33 mil na cueca que usava.
No dia seguinte, quinta-feira (15), o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu afastar o senador do cargo por 90 dias ao ser informado do flagrante pela PF. Mas a medida vai ser analisada pelo plenário do STF nesta quarta-feira (21).
Em texto dirigido aos colegas senadores - inclusive a Davi Alcolumbre, presidente do Senado -, ele explicou o silêncio dizendo que "estava sem forças e ainda estou", informou o comentarista Valdo Cruz, da GloboNews.
Rodrigues, do Democratas, defendeu-se dizendo que agiu "em um ato de impulso" para proteger "o dinheiro do pagamento das pessoas que trabalham comigo". E mais:
"Nunca tinha sido acordado pela polícia e em meio a pessoas estranhas no meu quarto", escreveu.
O senador escreveu ainda que reagiu assim porque "se levassem aquele dinheiro ninguém iria receber naquela semana". E garantiu que "não era dinheiro de corrupção".
Afastado pelo presidente Bolsonaro da vice-liderança do governo, Chico Rodrigues diz que é vítima da ação:
"Fui massacrado pelo meu silêncio, fui ridicularizado, fui humilhado", acrescentou.
Em sua estratégia de defesa para evitar possível cassação - já pedida pelos partidos Rede e Cidadania -, ele escreveu que "jamais desviaria dinheiro público" e que não é "chefe de uma organização criminosa". Afirmou ainda que "nenhum centavo" das suas emendas parlamentares foi "sequer licitado".
A mensagem termina com o senador pedindo tempo e compreensão para que não o "condenem previamente". E pedindo que os colegas o "julguem de maneira sábia".