Conforme publicou a agência Reuters, a declaração de Pompeo foi dada durante uma cúpula virtual sobre o aumento da cooperação entre EUA e Brasil, focada na recuperação pós-pandemia. Pompeo ressaltou a importância de expandir os laços econômicos bilaterais entre ambos, dado o que classificou como "risco enorme" decorrente da participação significativa da China em suas economias.
"Na medida em que pudermos encontrar maneiras de aumentar o comércio entre nossos dois países, podemos [...] diminuir a dependência de cada uma de nossas duas nações por itens críticos" vindos da China, disse o secretário de Estado norte-americano, acrescentando que os povos de Brasil e EUA estarão mais seguros no futuro.
O governo Trump tem trabalhado para estreitar os laços com o Brasil para tentar conseguir vantagens no que Washington entende como uma nova competição entre grandes potências. Já o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, tem demonstrado alinhamento com a Casa Branca, porém a China segue sendo o maior parceiro comercial do Brasil e compra grande parte da soja e do minério de ferro brasileiro.
Uma das questões que envolvem o Brasil na competição entre China e EUA é a tecnologia 5G, sobre a qual Bolsonaro ainda não decidiu se proíbe as empresas de telecomunicações brasileiras de comprar equipamentos da chinesa Huawei, conforme exigido pelo governo dos EUA.
No encontro virtual organizado pela Câmara de Comércio dos EUA, Bolsonaro anunciou três acordos com Washington para garantir boas práticas de negócios e acabar com a corrupção. O presidente brasileiro afirmou que o pacote vai reduzir a burocracia e aumentar comércio e investimentos.
"No último ano e meio, junto com o presidente Trump, elevamos as relações Brasil-EUA ao seu melhor momento e abrimos um novo capítulo no relacionamento entre as duas maiores economias e democracias do hemisfério", afirmou Bolsonaro.
Pompeo disse ainda que o Brasil está cada vez mais perto de aderir à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com o apoio dos EUA. O secretário de Estado dos EUA acrescentou que Washington apoiará projetos no Brasil avaliados em US$ 450 milhões (cerca de R$ 2,5 bilhões), além de investimentos que acumulam US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,6 bilhões).