Fusões envolvendo duas ou mais galáxias foram observadas em todo o Universo. Como um acidente de carro em câmera lenta, galáxias podem se chocar devido a atração de suas gravidades.
Acredita-se que nossa própria Via Láctea consumiu uma galáxia anã há dez bilhões de anos e, aparentemente, está se aproximando de uma colisão com a galáxia de Andrômeda (M31).
O astrofísico Neil DeGrasse Tyson, citado pelo Express, afirmou que "utilizando nada mais do que as primeiras leis gravitacionais de Newton, nós astrônomos podemos prever com confiança que daqui a bilhões de anos nossa galáxia, a Via Láctea, vai se fundir com nossa galáxia vizinha, Andrômeda".
Contudo, a colisão pode não estar tão distante, segundo um novo estudo publicado na Astrophysical Journal que sugere que as galáxias já estão se cruzando. Seus autores teriam descoberto uma região escura no espaço em volta da galáxia de Andrômeda se estendendo até a Via Láctea.
Esta área é conhecida como halo galáctico, que é uma região de gás, estrelas e pó dificilmente detectável.
O estudo, realizado através do Telescópio Espacial Hubble da NASA e o Projeto Mapa de Absorção de Gás Ionizado em Andrômeda (AMIGA, na sigla em inglês), descobriu que o halo em questão é muito maior do que se imaginava, alcançando até 1,3 milhão de anos-luz em direção à Via Láctea.
Se o mesmo for válido para nossa galáxia, que possui aproximadamente o mesmo tamanho e forma de Andrômeda, ambas podem já ter colidido.
De acordo com a pesquisadora Samantha Berek da Universidade de Yale (EUA), "entender os enormes halos em volta das galáxias é de imensa importância. Esta reserva de gás contém combustível para a formação de futuras estrelas dentro da galáxia, assim como consequências destes eventos como supernovas".
"Isto está repleto de pistas sobre a evolução passada e futura da galáxia, e nós, finalmente, podemos estudá-la mais detalhadamente em nossa galáxia vizinha mais próxima", acrescentou a especialista.
Porém, os centros galácticos da Via Láctea e da Andrômeda não vão se encontrar por bilhões de anos. Caso a humanidade ainda esteja presente nesse momento, a vista do céu noturno será fantástica, uma vez que Andrômeda se tornará cada vez maior e mais brilhante.