Marques foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir a vaga de Celso de Mello no Supremo Tribunal Federal (STF). A sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e posterior votação são etapas obrigatória para que o desembargador assuma o cargo.
Ao ser questionado por senadores que apoiam a operação Lava Jato sobre combate à corrupção, Marques assumiu "perfil" garantista.
"O garantismo judicial nada mais é do que aquele perfil de julgador que garante as prerrogativas e direitos estabelecidos na Constituição", disse, segundo o jornal O Estado de S.Paulo. "Sim. Eu tenho esse perfil. O garantismo deve ser exaltado, porque todos os brasileiros merecem o direito de defesa", acrescentou.
Combate à corrupção 'essencial' para democracia
Ao mesmo tempo, ele garantiu que o combate à corrupção é um "ideário essencial para que se consolide a democracia no país". No entanto, afirmou que esse combate deve ser aplicado igualmente a todas as instituições, e não concentrado em apenas uma só pessoa.
Indicação de Kassio Marques ao STF mostra que Bolsonaro passou a fazer política, explica analistahttps://t.co/5FqXyG7heB
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) October 21, 2020
O dilema entre punitivistas e garantistas foi intensificado no país nos últimos anos, colocando, de um lado, os defensores da Lava Jato e, do outro, aqueles que criticam os "excessos" da força tarefa, mas apoiam o combate à corrupção. No STF, alguns ministros pendem mais para o punitivismo ou garantismo, embora os votos dos juízes oscilem bastante.
Sobre a prisão em segunda instância, Marques se esquivou do tema e disse que o assunto agora será discutido pelo Congresso Nacional. No ano passado, o STF determinou que a prisão, salvo em circunstâncias especiais, só pode ocorrer após o trânsito em julgado, ou seja, após o caso passar por todas as instâncias.