A ministra da Saúde, Pilar Mazzetti, divulgou nota oficial informando que o governo não vai assinar contrato com o laboratório anglo-sueco AstraZeneca para compra de vacinas. Segundo o comunicado, não há informação suficiente sobre os testes clínicos.
"O governo peruano decidiu não assinar um acordo vinculativo com o laboratório AstraZeneca no Reino Unido porque as informações prévias sobre os ensaios clínicos da vacina contra a COVID-19 eram insuficientes", informou o ministério.
A decisão aconteceu nesta quinta-feira (22), um dia após a morte do médico voluntário João Pedro Feitosa no Rio de Janeiro.
"Temos muita preocupação em obter uma vacina. Todos os países estão dispostos a correr algum risco com uma vacina de emergência, mas nós também não podemos correr muito risco", completou.
Em diálogo com a imprensa estrangeira, o presidente do Conselho de Ministros, Walter Martos, explicou que a AstraZeneca se recusou a fornecer dados dos resultados de seus ensaios sobre a vacina potencial que está desenvolvendo com a Universidade de Oxford.
"A AstraZeneca não nos deu todas as propriedades e resultados dos testes que fizeram, mesmo os realizados na Inglaterra", disse Martos, segundo informou o jornal El Comercio.
Além disso, ele informou que o laboratório também exigiu uma quantia considerável de dinheiro que não seria devolvida no caso de "falha da vacina". Mas Martos não especificou o valor solicitado.
Outra razão pela qual a proposta da AstraZeneca não foi escolhida, segundo Martos, é que ela entregaria menos quantidades de vacina "em comparação com outros laboratórios que nos oferecem grandes quantidades a custos menores."
De acordo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o Peru registra 33.875 mortes e 874.118 casos de COVID-19.