O fóssil de psitacossauro, que viveu há cerca de 120 milhões de anos, foi descoberto originalmente no noroeste da China e está há anos em exibição, mas só agora cientistas se debruçaram sobre a cloaca do animal. O estudo de pesquisadores da Universidade da Nova Inglaterra, Austrália, foi publicado recentemente no servidor de pré-impressão bioRxiv.
Pássaros e répteis têm uma cloaca, um único orifício usado para excreção, urinar, acasalar e botar ovos, então sempre se presumiu que os dinossauros também os tinham.
"É um triunfo da descoberta ter uma região tão delicada tão perfeitamente preservada em um fóssil tão antigo", afirma ao portal New Scientist John Long, da Universidade Flinders, Austrália, que não esteve envolvido na pesquisa.
Apenas a parte externa da cloaca foi preservada. A cloaca tem cerca de dois centímetros de comprimento, fica nivelada com a área circundante em vez de se projetar, como algumas cloacas, e é cercada por um tecido pigmentado escuro, como mostra a imagem abaixo.
A anatomia interna não foi preservada, então o fóssil não resolve definitivamente as questões sobre como os dinossauros se acasalavam. No entanto, a cloaca tem uma abertura longitudinal como as dos crocodilos, que têm pênis. A semelhança da cloaca desse dinossauro com as dos crocodilos sugere que este tipo de dinossauro tinha um pênis.
"A cloaca do psitacossauro sendo semelhante à de um crocodilo implica que, ao contrário dos lagartos e das aves que divergem posteriormente, o psitacossauro provavelmente tinha um órgão copulador muscular", escrevem os pesquisadores no artigo.
Acredita-se que os ancestrais dos pássaros modernos tinham pênis, então é plausível que os dinossauros dos quais eles evoluíram também os tivessem. Teria sido muito difícil para grandes dinossauros acasalar sem órgãos sexuais muito longos, explica Long.