O inspetor-geral de Polícia Simon Sirro disse que os jihadistas, ligados ao Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), atacaram a localidade de Kitaya, que fica em uma região rural do sul da Tanzânia, perto da fronteira com Moçambique.
"Os terroristas eram cerca de 300, vindos de Moçambique, e atacaram nossa estação e o vilarejo de Kitaya, cometeram crimes e assassinatos", afirmou Sirro em entrevista à emissora Azam TV na noite de quinta-feira (22), de acordo com a agência Reuters.
O inspetor-geral não especificou o número de pessoas que foram assassinadas nem a data em que ocorreu o ataque, mas acrescentou que a polícia deteve e interrogou alguns jihadistas, enquanto o restante provavelmente retornou a Moçambique.
Esta é a primeira vez que autoridades tanzanianas confirmam que a insurgência islamita do norte de Moçambique e ligada ao Daesh também está ativa na Tanzânia.
Neste domingo (20), duas freiras brasileiras foram liberadas de cativeiro, no qual foram mantidas por terroristas em Moçambique. A Sputnik explica como o radicalismo islâmico foi despontar nesse país de fala portuguesa do sul da Áfricahttps://t.co/SsewIFtw2T
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) September 24, 2020
O Daesh reivindicou a autoria do ataque em uma mensagem através de seus canais no aplicativo Telegram no dia 15 de outubro. O grupo terrorista escreveu que seus combatentes atacaram um quartel do Exército no vilarejo no dia 14, matando alguns soldados e capturando armas e munição.
Os jihadistas iniciaram suas atividades na região norte de Moçambique, que é rica em gás natural, em 2017, e juraram lealdade ao Daesh em 2019. O grupo é apontado como responsável por diversos ataques, inclusive a captura de uma cidade portuária no país lusófono em agosto.
Os ataques na Tanzânia, por sua vez, têm sido mais esporádicos e menos letais que os de Moçambique. Alguns analistas especulam que o grupo se transformou em uma força com capacidade de sitiar e manter o controle sobre localidades significativas.