São os adultos que infectam as crianças, e não o contrário, sublinhou o cientista.
"Inicialmente, quando foi revelado que crianças adoecem raramente [de COVID-19], surgiu a suposição de que crianças têm infecção assintomática ou são portadoras do vírus, portanto, infectam idosos. Mas em um dos países nórdicos, foi realizado um estudo, que mostrou o contrário: não são as crianças que infectam os idosos, mas os idosos que infectam as crianças", comentou Areg Totolyan.
O coronavírus se reproduz no corpo apenas se conseguir entrar nas células. A quantidade do gene ACE2, que atua como um receptor do vírus SARS-CoV-2, aumenta com a idade. Crianças têm quantidade mínima do gene ACE2 nas células, e os adultos, especialmente os idosos, possuem quantidade máxima.
De acordo com o acadêmico, "existe uma ligação direta com a estatística da doença. Se analisar toda a população de crianças, não mais de 10% da estrutura de doentes com COVID-19 correspondem a crianças. A frequência ou proporção de doenças em crianças é significativamente inferior à de doenças em outras faixas etárias".
Como as crianças possuem uma pequena quantidade de receptores ACE2, mesmo que sejam infectadas pela COVID-19, haverá uma quantidade pequena de coronavírus no corpo.
As crianças com poucas células infectadas têm pequena quantidade de partículas virais, localizadas nas membranas mucosas, e são menos portadoras da infecção do que os adultos, concluiu Areg Totolyan.