Xeque-mate econômico: como responderia China às sanções econômicas dos EUA?

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A China pode estar acelerando a diversificação de suas reservas cambiais em resposta às sanções de Washington, de acordo com analistas do South China Morning Post.

Pequim reduziu sua participação em títulos de dívida dos EUA em um quarto, para US$ 1,07 trilhão (R$ 6,01 trilhões), até o final de agosto, que seria o nível mais baixo desde março de 2017, escreve o jornal South China Morning Post, citando dados do Departamento do Tesouro dos EUA.

Segundo alguns analistas, tal poderia estar acontecendo em resposta a possíveis sanções financeiras dos EUA, embora afirmem que há limites claros para uma possível desdolarização.

A Administração Estatal de Divisas, o regulador monetário da China, afirma em seu relatório anual mais recente que os ativos em dólares americanos representam agora 58% das reservas em 2015.

Os ativos em dólares americanos corresponderiam a cerca de US$ 1,8 trilhão (R$ 10,11 trilhões, na conversão atual), das reservas totais da China, avaliadas em cerca de US$ 3,14 trilhões (R$ 17,64 trilhões, na conversão atual), de acordo com os cálculos do South China Morning Post.

Assim, os especialistas estimam que a China teria aumentado a diversificação de suas reservas de abril a julho, cerca de 3,6 vezes mais do que há um ano.

O presidente do painel de Pesquisa de Investimento Forex da China, Tan Yaling, diz que as mudanças nas reservas cambiais da China foram parte de "um processo de diversificação" que estava em andamento pelo regulador de moedas desde há anos, e acredita que "uma abordagem radical no sentido da desdolarização não deveria ser adotada porque não ajudaria".

Já He Qing, da Universidade de Renmin, China, considera um cenário que poderia causar efeitos negativos sobre a taxa de câmbio e os investimentos.

"Se o acesso da China ao dólar dos EUA for restrito, isso afetaria o investimento estrangeiro da China, as operações de reserva cambial, e levaria a maiores flutuações na taxa de câmbio do yuan no curto prazo", prevê.

Estatuto internacional do dólar

Outros especialistas acreditam que o dólar está perdendo relevância entre os pagamentos internacionais.

O diretor do Instituto Chongyang de Estudos Financeiros, Wang Wen, concluiu que a flexibilização monetária da Reserva Federal (banco central dos EUA) mina a confiança no dólar como a principal moeda de reserva do mundo.

Em setembro, os analistas do Global Times advertiram que Pequim poderia cortar suas participações em títulos norte-americanos em 20%, para cerca de US$ 800 bilhões (R$ 4,23 trilhões).

As fricções entre os EUA e a China levaram o gigante asiático a buscar a independência em relação ao dólar através da internacionalização de sua moeda nacional. O yuan também foi reforçado através da acumulação de reservas de ouro, passando a ser usado no comércio com parceiros internacionais.

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