A ferramenta, criada pelos pesquisadores do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês), representa a primeira vez que a inteligência artificial é usada para identificar crateras desconhecidas no Planeta Vermelho, segundo a NASA.
Na nova ferramenta, os cientistas forneceram ao algoritmo mais de 112.000 imagens captadas pela câmera do Orbitador de Reconhecimento de Marte (MRO, na sigla em inglês).
O "classificador automático de crateras" foi capaz de identificar uma série de crateras na superfície de Marte, que podem ter surgido entre março de 2010 e maio de 2012.
As crateras possuem apenas quatro metros de diâmetro e provavelmente foram criadas por um meteorito que explodiu sobre a região de Noctis Fossae de Marte entre 2010 e 2012.
Esta é a primeira vez que uma ferramenta com inteligência artificial descobriu este tipo de formação sutil de crateras no Planeta Vermelho.
"O objetivo aqui é realmente poder ter uma ideia de onde surgem estas [crateras] na superfície", afirmou Kiri Wagstaff, cientista do JPL.
Vale ressaltar que analisar imagens sem esta tecnologia é uma tarefa difícil, pois os astrônomos devem analisar com seus próprios olhos cada uma das imagens.
"A inteligência artificial não pode fazer o tipo de análise especializada que pode fazer um cientista. Porém, ferramentas como este novo algoritmo podem ser seus assistentes. Isto abre caminho para uma simbiose emocionante de humanos e 'pesquisadores' de inteligência artificial trabalhando juntos para acelerar a descoberta científica", ressaltou Wagstaff.
Além disso, a ferramenta identificou 20 áreas adicionais de interesse que os cientistas examinarão detalhadamente.
"Há muitos outros impactos que ainda não encontramos [...] Este avanço mostra o quanto você pode fazer com antigas missões como MRO usando técnicas modernas de análise", afirma Ingrid Daubar, cientista da JPL.