Ainda não há informações se o político voltará ao país para a posse do recém-eleito Luis Arce, que ocupou o cargo de ministro da Economia e Finanças Públicas durante o governo do ex-presidente e venceu as eleições encabeçando a chapa do partido Movimento ao Socialismo (MAS), com 55,1% dos votos.
A ordem de captura ficou sem efeito "porque o ex-presidente não foi devidamente intimado", disse o juiz Jorge Quino, titular do Tribunal de Justiça de La Paz, onde foi apresentada a denúncia por insurreição e terrorismo pelo Ministério de Governo do Executivo interino de Jeanine Áñez, segundo a AP.
O procurador Mario Cossío explicou que Morales foi notificado através de edital, o que deveria ter sido feito através do Ministério das Relações Exteriores, já que o ex-presidente se encontrava fora do país, o que cerceou seu direito à defesa. Cossío, no entanto, esclareceu que o processo não está encerrado.
De acordo com fontes próximas de Evo Morales, é previsto que a comitiva boliviana regresse no sábado (24)https://t.co/JpcKPf0IPt
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) October 24, 2020
A base da denúncia é uma gravação de áudio em que Morales supostamente instrui seus seguidores a "cercar cidades" para impedir a entrada de alimentos durante os protestos do ano passado. Este era o único processo contra o ex-presidente que incluía uma ordem de prisão, mas ele ainda responde a outras demandas, entre elas uma por suposta fraude eleitoral.
Morales disse que ainda vai definir "quando e como" retornará à Bolívia, ao falar com uma emissora de rádio da região de Chapare, seu tradicional reduto eleitoral.
A presidente do Senado, Eva Copa, explicou que foram convidados para a cerimônia de posse de Arce, que está marcada para o dia 8 de novembro, todos "os ex-presidentes, incluindo Morales [...] É uma decisão deles se vão comparecer ou não", segundo a AP.