A Ultra Safe Nuclear Technologies, uma empresa de tecnologia com sede em Seattle, EUA, está desenvolvendo um motor movido à energia nuclear, sendo considerado mais seguro e confiável do que a propulsão nuclear anterior (NTP, na sigla em inglês) e possuindo o dobro da eficiência de um foguete como uma compulsão química.
O sistema usa um combustível especializado projetado com urânio de baixo enriquecimento e de alto desempenho que, segundo a empresa, é mais robusto do que os combustíveis nucleares convencionais, podendo operar a temperaturas mais elevadas, reporta o Daily Mail.
Embora o conceito tenha sido criado para a NASA, a empresa observa que este pode ser utilizado por entidades comerciais para levar turistas a outros planetas na metade do tempo em princípio previsto.
A Ultra Safe Nuclear Technologies (USN-Tech) recentemente entregou a imagem do conceito e os detalhes para a NASA, que acredita poder assumir o controle do mercado conforme os foguetes químicos atuais estão atingindo seu limite – tornando a jornada para Marte ainda mais longa do que antes.
Michael Eades, engenheiro principal da USNC-Tech, garantiu querer "liderar o esforço para abrir novas fronteiras no espaço e fazê-lo com rapidez e segurança", e ressaltou que o seu "motor maximiza o uso de tecnologia comprovada, elimina modos de falha de conceitos NTP anteriores e tem um impulso específico superior ao dobro do dos sistemas químicos".
O que parece separar a USN-Tech do resto é o uso pela empresa de um combustível totalmente cerâmico microencapsulado (FCM, na sigla em inglês) para o reator.
A USNC-Tech também observa que o combustível FCM aproveita cadeias de suprimentos e instalações de fabricação pré-existentes usadas por desenvolvedores de reatores nucleares terrestres, reduzindo os riscos de produção e permitindo o envolvimento sustentável da indústria.
Dr. Paolo Venneri, presidente-executivo da USNC-Tech, disse que "a chave para o design da USNC-Tech é uma sobreposição consciente entre as tecnologias de reator terrestre e espacial", o que permite "alavancar os avanços em tecnologia nuclear e infraestrutura de sistemas terrestres e aplicá-los aos nossos reatores espaciais".
A NASA ainda não definiu uma data para a primeira missão humana a Marte, mas as empresas já se encontram trabalhando para quando o lançamento eventualmente ocorrer.
O administrador da NASA, Jim Bridenstein, compartilhou em uma postagem no blog oficial da NASA, em julho: "Estamos planejando nossa primeira viagem de ida e volta a Marte há mais de dois anos, usando sistemas de propulsão avançados para permitir uma viagem mais rápida e, ao mesmo tempo, limitar a exposição à radiação de nossos astronautas e outros riscos de missão. Nossa janela de lançamento preferida dará à tripulação cerca de 30 dias na superfície marciana, o que é bastante tempo para procurar vida em outro mundo."