A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou no fim da tarde desta quarta-feira (28) a importação de matéria-prima para a fabricação da vacina CoronaVac, parceria do Instituto Butatan, do governo paulista, com o laboratório chinês SinoVac. A decisão aconteceu no mesmo dia em que Dimas Covas, diretor do órgão, reclamou pela segunda vez em menos de uma semana da demora da liberação por parte da Anvisa, informou o jornal Folha de São Paulo.
Ainda assim, a agência reforçou que o imunizante só vai ser usado após devidos testes e registro dele na Anvisa. A quantidade autorizada de insumos é para produzir 40 milhões de doses, como consta do contrato assinado entre o Butantan e a SinoVac. Na sexta-feira passada (23), a agência autorizou a compra de seis milhões de doses da vacina.
Ouvido pelo jornal, Covas enfatizou que vai haver atraso de 20 dias na produção, o que adiaria para janeiro de 2021 a finalização do primeiro lote.
"Vamos correr, acelerar [a produção]", disse, se referindo ao que considerou demora da Anvisa na liberação já que o pedido foi feito no dia 23 de setembro.
Horas antes, pela segunda vez em menos de uma semana, Dimas Covas tinha reclamado do órgão.
"Cada dia que aguardamos é um dia a menos de vacina", disse Covas em entrevista coletiva nesta tarde de quarta-feira (28), informou o jornal O Globo.
Segundo ele, a Anvisa continuava sem responder à consulta de autorização de importação da matéria-prima e isso significaria atrasar o calendário programado pelo Butantan. Para o diretor, a previsão de início de produção passaria da segunda quinzena de outubro para novembro.
Semana passada, após a primeira reclamação de Covas, a agência deu prazo de cinco dias a partir da sexta-feira (23) para se pronunciar.
Para o diretor do Butantan, a fábrica do instituto está pronta para iniciar a produção da CoronaVac.
"O Butantan tem trabalhado em necessidade da urgência da situação e do momento, desde o início quando começamos o processo de vacina. Esperamos que a Anvisa se pronuncie o mais rapidamente possível, autorizando que essa matéria-prima seja liberada para iniciar a produção no Brasil. Nossa fábrica está pronta e operacional, só aguardamos a autorização", concluiu Covas antes da decisão da Anvisa.
A Coronavac, assim como as outras principais vacinas produzidas contra o vírus, continua na fase de teses. No caso dela, na terceira fase após bons resultados na etapa anterior. Segundos dados da Organização Mundial da Saúde desta quarta-feira (28), o Brasil tem 5.409.854 casos e 157.397 mortes por COVID-19.