As escavações foram realizadas perto do Muro das Lamentações, em Jerusalém, onde o selo de gema com o peculiar retrato foi encontrado. Na região foram descobertos outros três artefatos deste tipo, mas não com um retrato como este.
Na época, estes entalhes tinham como principal função estampar um selo, que geralmente era realizado em cera de abelha, como uma assinatura pessoal, afirmou ao jornal The Times of Israel o arqueólogo Eli Shukron.
De acordo com o arqueólogo, embora a figura faça parte da cultura greco-romana, acredita-se que o item tenha pertencido a um judeu, o que "mostra a grande variedade das práticas em Jerusalém".
"Todos eram judeus, mas havia grupos e perspectivas diferentes [...] Isso nos permite ver uma Jerusalém que não era algum tipo de cidade ultraortodoxa, ela era mais pluralista", ressaltou.
Eli Shukron afirmou que os pesquisadores acreditam que um judeu usaria um anel com retrato de um deus estrangeiro como uma forma de aproveitar o "impacto que a figura de Apolo representa: luz, pureza, saúde e sucesso".
"No final do período do Segundo Templo, o deus do sol Apolo era uma das divindades mais populares e reverenciadas nas regiões do Mediterrâneo Oriental [...] É provável que a associação com o sol e a luz tenha fascinado alguns judeus, já que o elemento luz versus escuridão estava presente na cosmovisão judaica na época", acrescentou o professor Shua Amorai-Stark.
"Como nos dias atuais em Jerusalém, todos veem as coisas de uma maneira diferente", afirmou Shukron.