A retirada dos EUA do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês), firmado entre Washington e Moscou em 1987, foi um "erro gigantesco", opina o ex-secretário de Estado George Shultz, em uma entrevista para o New York Times.
© Sputnik / Yuri AbramochinSecretário Geral do PC da URSS, MIkhail Gorbachev, e presidente dos EUA, Ronald Reagan, assinam Tratado INF, em dezembro de 1987
Secretário Geral do PC da URSS, MIkhail Gorbachev, e presidente dos EUA, Ronald Reagan, assinam Tratado INF, em dezembro de 1987
© Sputnik / Yuri Abramochin
"Não somente perdemos o acordo, mas também perdemos todas as disposições de verificação em que trabalhamos tão duro, comentou Shultz, que ocupou o posto entre 1982 e 1989.
"A impressão é que estamos em um estado de perturbação em que é difícil fazer as coisas acontecerem", observou, lamentando a alergia da administração Trump quanto a acordos internacionais.
"Eles [administração Trump] parecem céticos em relação a estes acordos, em relação a qualquer acordo. Os acordos geralmente não são perfeitos. Você não consegue tudo o que quer. Você se compromete um pouco, mas eles são muito melhores do que nada", comentou Shultz sobre o abandono do tratado pelo seu país.
Washington se retirou definitivamente do Tratado INF em agosto de 2019. Apenas três semanas após a saída, os EUA realizaram um teste com mísseis cujo desenvolvimento estava proibido pelo documento, demonstrando ter criado esse armamento ainda durante a vigência do tratado.