Pesquisadores da Universidade de Purdue, EUA, desenvolveram uma tinta de tonalidade branca que reflete 95,5% da luz solar, contra os 80% a 90% das tintas brancas existentes. Graças à nova tonalidade, durante à noite, as superfícies são mantidas até dez graus mais frias do que a temperatura ambiente, afirmam os cientistas em comunicado.
"É muito contraintuitivo que uma superfície sob a luz direta do Sol seja mais fria do que a temperatura que sua estação meteorológica local informa para essa área, mas nós mostramos que isso é possível", afirma Xiulin Ruan, principal autor do estudo, que foi publicado na revista científica Cell Reports Physical Science.
A equipe levou seis anos para fazer a tinta acrílica, que ainda não recebeu um nome oficial. Para atingir a tonalidade, usaram carbonato de cálcio, composto encontrado em rochas e conchas.
"Nossa tinta é compatível com o processo de fabricação de tintas comerciais e o custo pode ser comparável ou até menor […] O segredo é garantir a confiabilidade da tinta para que seja viável em aplicações externas de longo prazo", acrescenta o cientista.
Os pesquisadores acreditam que a nova tinta, se for utilizada em telhados, estradas e carros, poderia resfriar a superfície da Terra. É mais barata do que a tinta comercial e pode economizar cerca de US$ 1 (R$ 5,74) por dia na conta de eletricidade se for usada para resfriar uma casa, sublinha a equipe.
"É uma tarefa persistente desenvolver uma solução de resfriamento […] que ofereça uma forma de tinta de matriz de partícula de camada única conveniente e alta confiabilidade […] Isso é crítico para a ampla aplicação de resfriamento radiativo e para aliviar o efeito do aquecimento global", comenta Ruan.