O fóssil de um mamífero primitivo, do tamanho de um hamster, foi encontrado no Parque Nacional da Floresta Petrificada em 2019, e é descrito em um novo artigo na revista acadêmica Biology Letters. Segundo o seu descobridor, é um tipo de fóssil muito raro de se encontrar no oeste dos Estados Unidos, conta o jornal The Arizona Republic.
O paleontólogo Ben Kligman encontrou a minúscula mandíbula fossilizada de menos de 2,5 centímetros de comprimento, em uma área do parque conhecida como Blue Mesa.
Kligman e a equipe de pesquisa denominaram o fóssil de Kataigidodon venetus, que se traduz aproximadamente como "dente azul da tempestade", referindo-se a Thunderstorm Ridge, a área de Blue Mesa onde foi encontrado.
Como seria este animal primitivo?
Este recém-descoberto parente de mamífero é conhecido como cinodonte.
Kligman o descreveu como "um pequeno animal do tamanho de um esquilo". Embora os paleontólogos não tenham certeza se os cinodontes desse período tinham pelos, ele disse que provavelmente tinham, baseando-se nas evidências do período Jurássico que se seguiu.
"Se você visse, a única coisa que realmente notaria diferente de um rato, um esquilo ou um hamster é que eles não teriam orelha", disse Kligman. Provavelmente haveria um buraco no crânio, semelhante aos répteis modernos, supôs o paleontólogo.
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"Eles ainda não são mamíferos, pois o que realmente caracteriza um mamífero é ter um ouvido interno", detalhou Kligman.
O fragmento fóssil da mandíbula contém dentes pontiagudos, o que indica que o animal provavelmente se alimentava de insetos.
Como era a Floresta Petrificada dos EUA no Triássico?
Quando Kataigidodon habitava a Terra, cerca de 220 milhões de anos atrás, a Floresta Petrificada não era feita de pedra. Era uma floresta tropical úmida e exuberante que ficava perto do equador.
O local "está cheio de animais diferentes", disse Kligman, explicando que havia ancestrais de lagartos, dinossauros e anfíbios antigos que habitavam dentro e ao redor de lagoas e rios.
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Quando morreram, seus ossos foram levados para várias depressões e enterrados por sedimentos, para serem desenterrados 220 milhões de anos depois em um ambiente que agora é um deserto.
Os fósseis nessa camada de rocha são tão pequenos que os paleontólogos coletam sedimentos e rochas no campo e os examinam com ampliação, normalmente de microscópio. Esta técnica revelou fósseis de peixes, tubarões, sapos e muito mais nesta localidade, e foi deste modo que Kligman encontrou o fóssil minúsculo em questão.
Uma das características mais interessantes deste leito ósseo, disse Kligman, é que os microfósseis são encontrados principalmente em uma camada que ele descreveu como "um conglomerado de excremento fossilizado".
Mais descobertas são esperadas
Segundo Kligman, este é apenas o começo das descobertas vindas desta área do parque, e mais descrições de novas espécies estão no horizonte.
De acordo com o que os paleontólogos descobriram até agora, este leito ósseo é excepcionalmente rico e contém uma diversidade de animais do período Triássico que não é encontrada em nenhum outro lugar do mundo.
Agora, só o tempo nos poderá mostrar que outras descobertas estão esperando ser desenterradas.