Há seis anos o Brasil já tinha pelo menos 3.299 espécies de animais e plantas ameaçadas de extinção, informou nesta quinta-feira (5) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso significa que 19,8% de um total de 16.645 espécies estavam ameaçadas de extinção.
Essa é a principal conclusão da pesquisa "Contas de Ecossistemas: Espécies ameaçadas de extinção" publicada nesta quinta-feira (5). E apesar dos incêndios e ocupações de terras na Região Amazônica, o ecossistema mais degradado era o da Mata Atlântica, seguida pelo Cerrado e pela Caatinga.
Mas o quadro pode ser pior porque o IBGE analisou apenas cerca de 10% deste universo. No Brasil há 49.168 espécies de plantas e 117.096 de animais. E a pesquisa compreendeu 4.617 espécies da flora e 12.262 da fauna.
"O estudo tem especial importância para o Brasil, que é o país com a maior biodiversidade do mundo", segundo o coordenador técnico da pesquisa Leonardo Bergamini disse ao jornal O Estado de São Paulo.
Entre as espécies ameaçadas, o levantamento mostra que 4,73% estavam criticamente em perigo, 9,35% em perigo e 5,74% eram consideradas vulneráveis. Outras 0,06% estão extintas e 0,01% só existem em cativeiro.
Entre as extintas estavam aves como a Arara azul-pequena, anfíbios (Perereca verde de fímbria), mamíferos (Rato de Noronha) e peixes marinhos (Tubarão-dente-de-agulha). A ave Mutum-do-Nordeste, originária da Mata Atlântica, já está extinta.
A Mata Atlântica, o ecossistema mais variado pelas suas condições geográficas, era também o bioma que apresentava mais espécies ameaçadas, tanto em números absolutos (1.989) como proporcionalmente (25%). Atrás dela aparecia o Cerrado (1.061 espécies ameaçadas/19,7% do total) e a Caatinga (366 espécies/18,2%). O Pampa tinha 194 espécies ameaçadas (14,5%).
Já o Pantanal e a Amazônia, locais com mais focos de incêndio do país, mas com menos presença humana, estavam mais bem preservados e apresentavam as maiores proporções de espécies incluídas na categoria menos preocupante (88,7% e 84,3% respectivamente) e os menores percentuais de espécies ameaçadas (3,8% e 4,7%).