Ao ser perguntado se Baku pediria ajuda a Ancara para que se envolva em maior grau no conflito de Nagorno-Karabakh, Aliev disse em entrevista ao canal BBC que prefere não olhar para muito longe.
"Vai depender da situação no campo de batalha. Vai depender do comportamento da Armênia e outros países. Porque eu disse muitas vezes que somos contra a internacionalização do conflito. Pedimos a todos os países, vizinhos ou não, que se mantenham distantes deste conflito. Lutamos em nossa terra reconhecida internacionalmente. Essa é nossa posição", esclareceu.
O mandatário expressou a confiança em que "o que está acontecendo agora vai continuar, motivo pelo qual não vai haver necessidade de nenhuma participação militar turca".
"Contudo, há muitos anos firmamos um documento com a Turquia que prevê em particular o apoio militar em caso de agressão. Portanto, temos até certo ponto o mesmo formato e base legal com a Turquia que a Armênia tem com a Rússia. Se o Azerbaijão enfrenta uma agressão e vê a necessidade de apoio militar por parte da Turquia, então vamos considerar esta opção", explicou Aliev.
O presidente azeri assegurou que as hostilidades em Nagorno-Karabakh vão terminar assim que o primeiro ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, se comprometa a retirar as tropas dos distritos de Agdam, Kelbedjar e Lachin.
"Eu disse desde o começo que se o próprio Pashinyan, não o ministro das Relações Exteriores, declarar que a Armênia retira suas tropas de Agdam, Kelbedjar e Lachin, as três regiões restantes de onde devem ser evacuadas, e nos der um calendário, vamos parar imediatamente. Não queremos que continue esta guerra. Não queremos. Queremos parar [...] Se Pashinyan disser isso hoje, prometo que vamos parar imediatamente. Porém, não o faz", salientou Aliev.
A região é o centro do conflito entre Erevan e Baku desde que esse território, de população majoritariamente armênia, decidiu se separar em 1988 da então República Socialista Soviética do Azerbaijão.
O Azerbaijão, que perdeu o controle de Nagorno-Karabakh e sete distritos adjacentes como resultado da guerra dos anos 1990, tem como objetivo recuperar sua integridade territorial, enquanto a Armênia defende os interesses da autoproclamada república de Nagorno-Karabakh.