O administrador da agência espacial norte-americana NASA, James Bridenstine, afirmou no domingo (8), um dia depois que a mídia dos EUA declarou Joe Biden vencedor nas eleições presidenciais do país, que não chefiará a agência sob o comando do democrata.
Em declarações à revista Aerospace Daily, Bridenstine disse que não ficaria no comando da NASA, uma agência independente do governo dos EUA, mesmo que o presidente eleito lhe pedisse. Comentando sua decisão, o administrador afirmou que ela não é motivada pela rivalidade partidária, mas por seu desejo de que a NASA prospere.
"Tivemos muito sucesso, mas é por causa dos relacionamentos. Você tem de ter essas relações. Quem quer que seja o presidente, eles têm de ter alguém que conheçam e em quem confiem, e alguém em quem a administração confie. Essa pessoa não vai ser eu", comentou.
"A pergunta certa aqui é 'o que é do melhor interesse da NASA como agência', e 'o que é do melhor interesse do programa de exploração da América'", complementou.
O administrador da NASA enfatizou que se Biden se tornar presidente efetivo, o democrata precisará de uma pessoa ao leme da NASA que não só seja confiável pela equipe de Biden, mas também por outras agências governamentais, "incluindo o Escritório de Administração e Orçamento [OMB, na sigla em inglês], o Conselho Nacional do Espaço e o Conselho de Segurança Nacional".
Bridenstine elogiou a posição da NASA na indústria espacial, e observou que os EUA precisam liderar o mundo na exploração espacial.
Carreira do administrador da NASA
O presidente norte-americano Donald Trump nomeou Bridenstine para ser o administrador da NASA em 2017, e foi confirmado pelo Senado em uma votação de 50-49 um ano depois. Antes disso, Bridenstine trabalhou como aviador naval na Marinha e na Reserva Naval dos EUA, pilotando um avião E-2C Hawkeye na América Central e do Sul como parte da guerra às drogas dos EUA.
Após sua carreira militar, Bridenstine serviu por cinco anos como membro da Câmara dos Representantes dos EUA para o 1º distrito do estado de Oklahoma, onde afirmou querer regressar quando Biden assumir a presidência.
Sob o comando de Bridenstine, a NASA preparou a exploração lunar como parte de seu programa Artemis, no qual é planejado que a agência espacial pouse a primeira mulher e o próximo homem na Lua em 2024.
Com Bridenstine, a NASA também lançou o módulo de pouso InSight Mars e o rover Mars 2020 Perseverance em Marte, a sonda Parker para estudar o Sol, e se juntou ao SpaceX, de Elon Musk, para enviar astronautas à Estação Espacial Internacional (EEI).
O lançamento em maio de 2020 foi especial para a NASA, pois foi a primeira vez que os astronautas norte-americanos voaram de solo americano para a EEI. Depois que a NASA deixou de usar seus ônibus espaciais em 2011, a organização recorreu aos foguetes Soyuz, da Rússia, para lançar astronautas para o espaço.