Morales diz que seu retorno para Bolívia é derrota do 'império' norte-americano

© AP Photo / Juan KaritaEx-presidente Evo Morales discursa para multidão em Chimore, na Bolívia
Ex-presidente Evo Morales discursa para multidão em Chimore, na Bolívia - Sputnik Brasil
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O ex-presidente da Bolívia Evo Morales disse nesta quarta-feira (11), diante de uma multidão, que a vitória do MAS nas eleições e seu retorno para o país eram uma derrota do "império" norte-americano.

Após ser forçado a renunciar em novembro de 2019, Morales ficou no exílio por cerca de um ano. Primeiro, no México, depois, na Argentina. 

Com a vitória de Luis Arce, do Movimento ao Socialismo (MAS), nas eleições presidenciais, Morales retornou para a Bolívia na segunda-feira (9), um dia após a posse de seu colega de partido. 

"Qual era o plano? Que o MAS não voltasse ao governo e Evo não voltasse para a Bolívia. Mas no dia 8 [de novembro] o MAS volta ao governo e Evo para a Bolívia, no dia 9. Derrotamos o império norte-americano", disse o líder em comício realizado no aeroporto de Chimoré, na região de Chapare, após caravana de três dias pelo país. 

Morales anunciou ainda que vai instalar um "centro de operações", que reunirá sindicatos e produtores de coca, na comunidade Lauca Ñ, em Chapare. 

A caravana de Morales começou na fronteira da Bolívia com a Argentina e percorreu cerca de 1.000 quilômetros até chegar em Chimoré, local por onde ele deixou seu país após renunciar ao cargo de presidente. 

Industrialização de reservas de lítio

O líder indígena disse ainda em seu discurso que o retorno do MAS ao poder faz parte de uma "luta internacional" e o partido tem um "compromisso" com a "unidade latino-americana". 

Além disso, Morales acusou os Estados Unidos de estarem por trás do golpe que o derrubou do poder. 

"Foi um golpe perpetrado pelo império para roubar nossos recursos naturais, principalmente o lítio", disse ele, salientando que vai pedir a Luis Arce que reative os projetos de industrialização das reservas de lítio nos salares andinos.

"Não nos perdoam por ter recuperado as transnacionais, ter nacionalizado nossos recursos naturais", acrescentou. 
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