"Acho que não causa nada, isso aí tudo é figura de retórica", disse Mourão, de acordo com o G1.
Segundo o vice-presidente, Bolsonaro recorreu a um "aforismo antigo que tem aí que diz que, quando acaba a diplomacia, entram os canhões".
Na contramão da maior parte dos líderes mundiais, Bolsonaro ainda não parabenizou Biden pela vitória projetada pela mídia norte-americana na corrida presidencial dos EUA.
"Vamos aguardar, dê tempo ao tempo”, disse o vice-presidente, sobre o assunto.
'Tem que ter pólvora', diz Bolsonaro
A afirmação de Bolsonaro foi feita durante discurso nesta terça-feira (10), no Palácio do Planalto. Sem citar Joe Biden, mas em referência clara ao democrata, Bolsonaro disse que "um grande candidato a chefe de Estado" ameaçou recentemente impor barreiras comerciais ao Brasil. Bolsonaro continuou e deu uma resposta às possíveis sanções, afirmando que "apenas na diplomacia não dá".
"Assistimos há pouco um grande candidato à chefia de Estado dizer que se eu não apagar o fogo na Amazônia levanta barreiras comerciais contra o Brasil. Como é que nós podemos fazer frente a tudo isso? Apenas na diplomacia não dá. Porque quando acaba a saliva, tem que ter pólvora, se não, não funciona. Não precisa nem usar a pólvora, tem que saber que tem", disse o presidente brasileiro.
No primeiro debate entre Biden e Trump, o candidato democrata falou sobre a questão climática, e citou o Brasil.
"A Floresta Amazônica no Brasil está sendo destruída, arrancada. Mais gás carbônico é absorvido ali do que todo carbono emitido pelos EUA. Eu tentarei ter a certeza de fazer com que os países ao redor do mundo levantem US$ 20 bilhões e digam [ao Brasil]: 'Aqui estão US$ 20 bilhões [R$ 108,3 bilhões], pare de devastar a floresta. Se você não parar, vai enfrentar consequências econômicas significativas'", disse Biden à época.