O estudo, publicado pelo Estadão nesta sexta-feira (13), foi conduzido pelas equipes do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e dos deputados federais Felipe Rigoni (PSB-ES) e Tabata Amaral (PDT-SP).
Segundo o levantamento, 3% do total de 170 mil mulheres candidatas nestas eleições tiveram a candidatura registrada apenas para cumprir a cota de gênero exigida para os partidos.
"Só me pediram para entrar para dar uma ajuda, porque tem que ter participação de algumas mulheres", disse ao Estadão a candidata a vereadora Adriana Ferreira de Aguiar, filiada ao PT em Santo Antônio do Itambé (MG).
A mesma matéria do Estadão informa ainda que Adriana diz não ter recebido nenhum benefício em troca da "ajuda".
A cota de gênero existe desde 2009 e exige que pelo menos 30% dos candidatos de cada partido sejam mulheres. Da mesma forma, pelo menos 30% do fundo eleitoral devem ser destinados às candidatas.
Estudo usou inteligência artificial para cruzar dados eleitorais de 16 anos
O estudo conduzido pelas equipes dos parlamentares utilizou inteligência artificial para chegar ao número de 5 mil.
Cruzando dados de registros eleitorais desde 2004 e comparando-os com o deste ano, o levantamento considerou aspectos como baixa escolaridade, nenhum gasto de campanha e ausência de declaração de renda para detectar as possíveis candidatas laranjas.
"As candidaturas laranjas vão continuar existindo enquanto duas coisas não mudarem: fiscalização frouxa e falta de formação política", afirmou o senador Alessandro Vieira ao Estadão.
Segundo o mesmo estudo, as próprias eleições são um fator importante para comprovar a fraude, já que o número de votos, quando muito baixo, é mais uma evidência para candidaturas de fachada.