O presidente regional do Tigré, Debretsion Gebremichael, acusa a Eritreia de enviar tanques e soldados para a região em apoio à ofensiva do governo etíope e acrescentou que suas forças estão sob ataque "em diversas frentes".
"Nosso país está nos atacando com ajuda de uma nação estrangeira, a Eritreia. Isso é traição!", disse Debretsion em mensagens à agência Reuters, mas sem providenciar detalhes ou evidências de suas alegações.
O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, escreveu no Twitter neste domingo (15) que a Etiópia tinha plenas capacidades de atingir seus objetivos nó Tigré "por si mesma", mas sem fazer qualquer menção às declarações de Debretsion.
Justice will prevail. Ethiopia will prevail! pic.twitter.com/1mNSPbAktQ
— Abiy Ahmed Ali 🇪🇹 (@AbiyAhmedAli) November 15, 2020
A Justiça prevalecerá! A Etiópia prevalecerá!
O governo central da Etiópia lançou uma ofensiva contra o Tigré em 4 de novembro, após acusar as forças locais de ataques contra tropas federais alocadas na região. O Tigré faz fronteira com Eritreia e Sudão, e é habitado por cerca de cinco milhões de pessoas.
Adis Abeba acusa os líderes do Tigré de traição e afirma que as operações militares do governo têm como objetivo restaurar o Estado de Direito. Os tigrínios tiveram forte influência política nas coalizões que governaram o país até a ascensão de Abiy - que pertence à etnia Oromo - em 2018, e denunciam que o atual governo os está marginalizando desde então, o que o premiê nega.
O conflito já resultou na morte de centenas de pessoas de ambos os lados e pode desestabilizar outras partes da Etiópia e do chifre da África. Pelo menos 20.000 etíopes se refugiaram no Sudão, afirmaram as Nações Unidas neste domingo (15), segundo a Reuters.