O anúncio da Frente Polisário ocorreu neste sábado (14), um dia depois de Marrocos lançar uma operação militar em uma zona tampão patrulhada pelas Nações Unidas, após acusar o grupo independentista de bloquear o acesso à Mauritânia, país vizinho, escreve o The New York Times.
Em 13 de novembro, o Marrocos acusou a Frente Polisário de cortar uma estrada importante que liga o país com a Mauritânia. Segundo o grupo, esta estrada é ilegal, já que considera que foi construída em violação da trégua entre as partes do conflito negociado pelas Nações Unidas em 1991.
Na última sexta-feira (13) houve troca de tiros, confirmada por ambos os lados, não havendo informações sobre possíveis mortos ou feridos. Não se sabe também quantas pessoas ao todo estiveram envolvidas no combate, relata o jornal.
A Frente Polisário acusou o Marrocos de disparar contra manifestantes pacíficos que, segundo o grupo independentista, estavam se manifestando contra o que chamaram de "pilhagem de recursos dos saarauís" (povo que vive no Saara Ocidental), tudo sob a vigilância da missão de paz da ONU no território disputado.
Brahim Ghali, secretário-geral da Frente Polisário, decretou a "retomada da luta armada em defesa dos legítimos direitos de seu povo". As autoridades marroquinas ainda não se pronunciaram sobre o anúncio do grupo.
Com a decisão de acabar com o compromisso de cessar-fogo, que limitou o conflito durante décadas, recomeçam as hostilidades entre o Reino de Marrocos e o movimento de libertação.
O Saara Ocidental é um território no nordeste de África, que foi uma colônia da Espanha, e onde foi fundada em 1973 a Frente Polisário, acrônimo de Frente Popular de Libertação de Saguía el-Hamra e Río de Oro.