A mensagem foi colocada no Twitter do presidente.
- A esquerda sofreu uma histórica derrota nessas eleições, numa clara sinalização de que a onda conservadora chegou em 2018 para ficar.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) November 16, 2020
- Para 2022 a certeza de que, nas urnas, consolidaremos nossa democracia com um sistema eleitoral aperfeiçoado. DEUS, PÁTRIA e FAMÍLIA.
Em entrevista à Sputnik Brasil, o cientista político Carlos Eduardo Martins, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), disse que a declaração de Bolsonaro não corresponde à realidade.
"Essa afirmação do presidente Jair Bolsonaro tem a mesma consistência que a pólvora que ele pretende usar contra os Estados Unidos. É uma declaração sem nenhuma pretensão de produzir uma análise séria e concreta da realidade, é uma fake news do presidente que quer tornar crível uma versão contra os fatos", afirmou.
Segundo Carlos Eduardo Martins, a "onda conservadora" mencionada por Bolsonaro não ocorreu.
"Ao contrário do que diz o presidente Bolsonaro essa onda conservadora está fazendo água. Está fazendo água no mundo inteiro, está fazendo água na América Latina e está fazendo água no Brasil", comentou.
As eleições municipais não apontam uma vitória do bolsonarismo nas urnas, embora, ao mesmo tempo, não seja possível dizer que ele sai enfraquecido, disse especialista à Sputnik Brasil https://t.co/2ve0urYHPv
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) November 16, 2020
Para o cientista político, a declaração de Bolsonaro tinha como objetivo mobilizar a sua base eleitoral fiel.
"O presidente Bolsonaro faz afirmações muito mais preocupado em mobilizar o seu público do que propriamente em fazer uma análise da realidade. O que as eleições revelam é que em todo lugar mais relevante onde o presidente Bolsonaro se meteu os resultados eleitorais foram muito desfavoráveis a ele", disse.
'Estamos em uma transição política no Brasil'
Carlos Eduardo Martins acredita que as eleições municipais deste domingo (15) apontam que o Brasil está passando por um momento de "transição política".
"Em São Paulo o candidato que ele se engajou teve o pior desempenho de toda a sua história política em São Paulo. No Rio de Janeiro o Crivella passa em uma situação muito desfavorável e o que as eleições estão indicando é que estamos em uma transição política no Brasil", declarou.
"O Jair Bolsonaro já teve seu auge no Brasil, ele tem um piso, ele não passa muito de 30% de adesões, a taxa de rejeição dele é bastante grande, as eleições mostram que ele vai ter dificuldade nas capitais", completou.