Documento com a declaração da 12ª Cúpula dos países do BRICS diz:
"Nós declaramos nosso apoio aos esforços político-diplomáticos urgentes para manutenção e fortalecimento da paz e segurança internacionais. Nós lamentamos a falha no funcionamento dos mecanismos de estabilidade estratégica e dos regimes de controle de armamentos e nos comprometemos a os apoiar", publicou o site da presidência da Rússia do BRICS.
Os líderes dos países do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – ressaltaram "a significância de princípio do Tratado entre a Rússia e os Estados Unidos sobre medidas de futura redução e limitação das armas estratégicas de ataque [Tratado Novo START] de 2010 para o regime de desarmamento e não proliferação nuclear", assim como conclamaram os dois países para acordarem de forma urgente sua prorrogação.
Tratado Novo START
O tratado, assinado pela Rússia e EUA em 2010, impôs condições para que, sete anos após entrar em vigor, o arsenal nuclear de ambos os lados se limite a: 700 mísseis balísticos intercontinentais instalados em silos, submarinos e bombardeiros estratégicos; 1.550 ogivas nucleares para eles; 800 plataformas de lançamento instaladas e não instaladas para os mísseis mencionados.
O acordo continua vigente até 5 de fevereiro de 2021. Contudo, caso não seja substituído ou prorrogado, as limitações nele mencionadas perderão sua força.
Washington e Moscou têm discutido a prorrogação do documento, contudo, ainda não chegaram a uma solução final.
BRICS contra o terrorismo
A declaração também ressaltou o repúdio dos países-membros ao terrorismo.
"Nós reiteramos nossa forte condenação do terrorismo em todas suas formas e manifestações cometido em qualquer tempo, lugar ou por quem quer que seja, e que isso não deve ser associado com qualquer religião, nacionalidade, civilização ou grupo étnico."
"Nós reafirmamos nosso comprometimento inabalável de continuar a contribuir para os esforços globais da prevenção e contenção da ameaça do terrorismo com base no direito internacional e na Carta das Nações Unidas, enfatizando que os Estados têm a primeira responsabilidade no combate ao terrorismo com as Nações Unidas continuando a ter papel central e de coordenação nesta área", expõe o documento.
Segunda Guerra Mundial
No contexto dos 75 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, o bloco de países aproveitou para expressar sua visão sobre pontos importantes do conflito mundial.
Entre eles, se destacou a condenação da destruição de monumentos dedicados aos que combateram as forças nazifascistas.
"Nós reconhecemos a Vitória na Segunda Guerra Mundial como nosso legado comum e prestamos tributo àqueles que lutaram contra o fascismo, tirania e militarismo, colonialismo e pela libertação dos colonizados, pela liberdade das nações, e ressaltamos a importância da preservação e inadmissibilidade da profanação ou destruição de monumentos erguidos em sua memória."
Conflito na Síria
Os países do BRICS defenderam a soberania da Síria, ao passo que apoiaram a ideia do retorno dos refugiados do país a sua terra natal.
"Nós reafirmamos forte comprometimento com a soberania, independência, unidade e integridade territorial da República Árabe da Síria. Nós temos certeza de que não pode haver uma solução militar do conflito sírio [...] retorno voluntário e digno dos refugiados sírios e pessoas que foram deslocadas internamente [de volta] para suas residências permanentes, assim contribuindo para que se alcance estabilidade e segurança duradouras na Síria e na região em geral."
Segurança cibernética
Os países expressaram preocupação "com relação ao aumento do número e crescente complexidade dos casos de uso de tecnologias de informação e comunicação para objetivos criminosos".
Para se combater os crimes na rede, o BRICS reconheceu que é necessária a cooperação entre os países.
"Ressaltando o potencial colossal da revolução digital para o crescimento e desenvolvimento, nós reconhecemos o problema das novas possibilidades para atividades criminosas e ameaças ligadas a ela", publicou o site da presidência da Rússia do BRICS.