Na terça-feira (17), o Ministério da Saúde informou que deve comprar a vacina da farmacêutica Pfizer contra a COVID-19 assim que o imunizante for aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No mesmo dia, o Brasil viu a taxa de transmissão do novo coronavírus ultrapassar o nível de estabilidade, em meio ao aumento do número de casos registrados da doença no país.
Já na quarta-feira (18), a farmacêutica norte-americana anunciou que sua vacina teve 95% de eficácia comprovada na fase final de testes, enquanto o Brasil registrou 754 novas mortes causadas pela COVID-19, apontando tendência de alta tanto de novos casos como de óbitos.
Para Isabela Ballalai, médica, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações e coordenadora do Grupo de Trabalho em Vacinação e Imunização do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ), as boas notícias sobre as vacinas devem continuar daqui para frente.
"Mas ainda há muita estrada, no sentido de nos prepararmos para a chegada dessas diferentes vacinas, como conseguir doses suficientes para o país e saber que provavelmente utilizaremos mais de uma dose das vacinas", afirma a médica em entrevista à Sputnik Brasil, lembrando que esses pontos estão em discussão no momento.
"Esse tempo normalmente é grande, mas em relação às vacinas da COVID-19 a Anvisa está buscando fazer tudo em um tempo menor porque a urgência, hoje, em termos de vacinação contra a COVID-19, é grande", aponta, acrescentando que a Anvisa é considerada um dos melhores órgãos sanitários do mundo.
Ballalai afirma também que o recente aumento no número de infecções no país merece atenção e ressalta que é necessário manter os cuidados, pois a pandemia ainda não terminou.
"É importante que o brasileiro entenda que a gente não está no pós-pandemia e que a flexibilização, se não respeitadas as orientações das autoridades, de distanciamento social, de uso de máscaras e evitar a qualquer preço as aglomerações, vai fazer com que as infecções aumentem. É isso que a gente tem visto, não que tenha voltado ao que era antes", lembrando que a situação da pandemia nos países no Hemisfério Norte piorou.
A médica reforça que as atitudes individuais são importantes para garantir que o atual estado da pandemia no Brasil não retroceda ao pico anterior.
"Ainda temos muitos casos, ainda temos muitas mortes. Não podemos deixar que uma aparente situação de tranquilidade faça tudo que a gente conseguiu até agora ser perdido e a gente voltar ao início, com lojas fechando, bares fechando. E, inclusive, a gente não pode nem pensar em retroceder com as escolas, que já foram abertas. Precisamos de uma responsabilidade de todos nós", aponta.