Em um comunicado de imprensa, o ministro das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, declarou que "não importa se têm 'cinco olhos' ou 'dez olhos', se se atreverem a danificar a soberania, segurança e interesses de desenvolvimento da China, devem tomar cuidado para não se deixarem cegar." Afinal, "a China nunca causou problemas e nunca teme os problemas."
Pequim está bastante descontente, e opõe-se às "violações flagrantes do Direito Internacional e das regras básicas das relações internacionais" por parte dos membros dos "Cinco Olhos" - EUA, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia – alegando que os mesmos fazem "comentários irresponsáveis sobre os assuntos de Hong Kong, assuntos esses que são internos da China."
Nesta quarta-feira (18), os cinco membros da aliança emitiram uma declaração conjunta na qual exigiam a Pequim mudar suas políticas em Hong Kong, reintegrando os políticos da oposição eleitos na Assembleia Administrativa da região.
Porém, Zhao afirma que "o Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional da China, em conformidade com as disposições relevantes da Constituição, a Lei Básica de Hong Kong e a Lei de Segurança Nacional de Hong Kong, toma decisões sobre as qualificações dos membros do Conselho Legislativo da Região Administrativa Especial de Hong Kong". E acrescenta que "este é um requisito inevitável para [...] melhorar o sistema 'Um País, Dois Sistemas', bem como garantir o Estado de Direito em Hong Kong e o sistema constitucional da Região Administrativa Especial. É um movimento necessário para a ordem, que é legal, razoável e não tolera contestações."
O ministro chinês adiantou que, em todos os países do mundo, "os funcionários públicos devem respeitar as leis constitucionais do seu país, e ser leais à [sua] pátria", concluindo que a região administrativa especial de Hong Kong é uma parte inseparável da China. Logo, é inaceitável por parte do povo chinês promover e suportar a ideia de Hong Kong como um estado independente.