Anteriormente, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Etiópia, o general Birhanu Jula Gelalcha, acusou Tedros, um etíope de ascendência tigrínia, de tentar solicitar apoio militar para a região de Tigré, que vem sendo alvo de uma operação de segurança do governo federal.
"Houve relatos sugerindo que estou assumindo um lado nesta situação. Isso não é verdade. Quero dizer que estou apenas de um lado, o lado da paz", disse Tedros em um comunicado emitido nesta quinta-feira (19).
O diretor-geral da OMS assinalou que está "de coração partido" pela situação em seu país, em meio a relatos de mortes e do êxodo de refugiados, e também manifestou preocupação sobre o possível impacto do conflito na saúde em meio à pandemia de COVID-19.
My statement on the situation in #Ethiopia pic.twitter.com/WsFrbMzKj4
— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) November 19, 2020
Meu comunicado sobre a situação na Etiópia.
"Quando criança, eu presenciei a natureza destrutiva da guerra. Lembro muito bem da luta e dos terríveis custos humanos. Como adulto, usei essa experiência em primeira mão para sempre trabalhar pela paz, para reunir as partes beligerantes para iniciar o diálogo e negociar a paz", afirmou.
Os combates no norte da Etiópia começaram no início de novembro depois que o governo federal acusou a Frente Popular para a Libertação de Tigré (FPLT), o partido que controla o poder na região, de atacar uma base militar e lançou uma operação de segurança contra o grupo.
Os confrontos que se seguiram, que já resultaram em centenas de mortes e forçaram mais de 30 mil refugiados para o vizinho Sudão, geraram temores internacionais de uma nova guerra civil no país africano.