Pesquisa feita pela Rede Nossa SP e pelo Ibope Inteligência mostra que 83% dos paulistanos consideram que o racismo se manteve ou aumentou na cidade nos últimos dez anos, informou o site G1 nesta quinta-feira (19).
A percepção sobre preconceito e discriminação contra a população negra aumentou 13% em relação a 2019, especialmente entre as que se declaram pretas ou pardas. Delas, 58% dizem que a discriminação contra a população negra aumentou e 30% afirmam que se manteve, totalizando 88%.
O levantamento aconteceu entre os dias 5 e 21 de setembro. Oitocentos moradores foram entrevistados de forma presencial ou on-line na cidade de São Paulo a partir dos 16 anos. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Em sete dos oito ambientes avaliados prevaleceu a opinião de que há diferença no tratamento de brancos e negros. O maior percentual foi em shoppings e no comércio (81%). Em seguida vieram escolas e faculdades (77%), ruas e espaços públicos (75%), trabalho (74%), transporte público (70%), hospitais e postos de saúde (65%), local onde vive (57%) e ambiente familiar (37%).
Para 82% dos paulistanos, declarações com conteúdo racista feitas por políticos estimulam o preconceito na cidade.
Para mais da metade dos moradores de São Paulo (54%), os protestos ocorridos em várias cidades do mundo pedindo o fim da violência policial, após a morte de George Floyd nos Estados Unidos, provocaram maior conscientização sobre o racismo inclusive no Brasil.
Combate ao racismo
O aumento da punição por injúria e punições mais severas para policiais são as medidas mais citadas entre os entrevistados como eficazes para o combate ao racismo. Também é sugerido debater o tema nas escolas.
90% dos paulistanos também acreditam que grandes empresas de entrega por aplicativo devem se envolver para prevenir e assegurar um ambiente antirracista.
Informar-se melhor sobre o assunto é a opção mais citada quanto ao papel das pessoas brancas no combate ao racismo. Intervir em situações de tratamento diferente devido à cor ou raça é a mais citada pelos brancos, enquanto participar de protestos em apoio às reivindicações das pessoas negras aparece mais entre os pretos e pardos.