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Corregedor do tribunal que vai julgar Flávio Bolsonaro se encontra com presidente e ignora imprensa

© Folhapress / Pedro LadeiraSenador Flávio Bolsonaro deixa o anexo I do Senado Federal após prestar depoimentos para procuradores do MPF em seu gabinete, em 20 de julho
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Desembargador Bernardo Garcez faz parte do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que vai avaliar a denúncia contra o senador por peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

O desembargador Bernardo Garcez, corregedor-geral do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), encontrou-se na tarde desta sexta-feira (20) com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, informou o jornal Valor Econômico. Garcez faz parte do órgão especial da corte responsável por avaliar a denúncia contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente. O desembargador saiu sem falar com a imprensa após tentar se esconder dela atrás de uma pilastra.

Caberá ao Órgão Especial do TJRJ aceitar ou rejeitar a denúncia do Ministério Público estadual (MPRJ) sobre o caso das "rachadinhas" do gabinete de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que ocorreram enquanto ele era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ). O hoje senador foi acusado pelo MPRJ de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

O desembargador-corregedor, no entanto, não tem qualquer tipo de ingerência sobre um eventual julgamento. Outro desembargador, Milton Fernandes de Souza, foi sorteado para ser o relator do caso. A partir da análise do magistrado, o tribunal decide se abre processo contra o senador. O colegiado do órgão é composto por 25 juízes.

O encontro constava na agenda do presidente para começar às 14 horas e durar 30 minutos, mas Garcez só saiu do Palácio às 16 horas. Ele era aguardado por jornalistas no local onde autoridades costumam conversar com a imprensa, porém ignorou todas as perguntas dos repórteres. Garcez escondeu-se atrás de uma pilastra, onde não podia ser visto pelos jornalistas. 

O encontro foi pedido pela Presidência da República "através da Secretaria Especial de Modernização do Estado (Seme), para que a Corregedoria integre o Comitê de Modernização de Ambiente e Negócios", segundo nota do TJ.

"Além de contribuir com o Comitê no tema de Registro de Propriedades, a Corregedoria propôs que a Presidência da República, através da Seme, coordene a integração do Sistema Nacional de Registro Civil (SIRC) com sistemas do Ministério da Saúde para desenvolver e implantar a Declaração de Nascimento e Declaração de Óbito Eletrônicas", disse a nota.
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