Os especialistas concluem, em um estudo publicado na revista científica Nature, que a nebulosa em questão é o produto da fusão de duas estrelas, uma das quais tinha aproximadamente o mesmo tamanho do Sol em seu estado original, enquanto a outra era um pouco menor. As duas eram um sistema binário muito estreito, até terem colidido há vários milhares de anos. Por fim, a estrela com maior massa "consumiu" sua companheira, mas grande parte de sua matéria se propagou pelo espaço em duas direções opostas.
O aparente anel resultante é, na verdade, uma projeção de dois cones formados pelos restos fluorescentes de ambas as estrelas. Infelizmente, não é possível observar e apreciar tal estrutura cônica da Terra.
Dentro dessa figura cônica, existem vestígios do antigo sistema binário, uma estrela designada nos catálogos como TYC 2597-735-1. Seu excesso de emissão infravermelha e velocidade radial variável podem ser indícios de um disco circunstelar de poeira, de acordo com o estudo. Enquanto isso, o "brilho" azul não é nada mais que um efeito óptico, uma vez que a nebulosa não emite luz visível ao olho humano, mas sim ultravioleta.
Segundo os astrofísicos, a maioria das estrelas em nossa galáxia, a Via Láctea, faz parte de sistemas binários. Se as estrelas de um sistema binário estiverem próximas o suficiente, elas também podem acabar se fundindo e produzindo nebulosas. Conforme a estrela menor se aproxima da sua companheira maior e perde sua energia orbital, a primeira pode explodir e ejetar seu material, revela o estudo.
"As observações espectroscópicas foram fundamentais para nos permitir entender melhor este objeto, a partir delas vemos que a estrela central está inflada e percebemos sinais de acreção, provavelmente de um disco de detritos ao [seu] redor", explicou o astrofísico Gudmundur Stefansson, da Universidade de Princeton, EUA.
Há outra estrela em nossa galáxia, Mira, que também brilha em luz ultravioleta, e que ajudou a equipe de astrofísicos a entender o Anel Azul.