A Apple reconheceu que errou e concordou em pagar uma fortuna a 34 estados norte-americanos sobre sua controversa prática de desacelerar deliberadamente os aparelhos iPhones mais antigos para prolongar a vida útil de suas baterias, disse a rede de TV a cabo CNN.
A empresa vai desembolsar US$ 113 milhões - o equivalente a R$ 607 milhões - para resolver uma investigação de vários estados, incluindo Califórnia e Arizona, sobre como ela não foi transparente sobre seus problemas de bateria do iPhone que levaram a desligamentos inesperados do dispositivo.
Em vez de revelar o problema aos consumidores ou substituir as baterias, a empresa optou por uma atualização de software em dezembro de 2016 que impactou o desempenho de modelos mais antigos do celular.
As notícias da prática perturbaram os consumidores da Apple. Muitos acreditavam que era um esforço para encorajar os usuários a comprar novos iPhones.
"As grandes empresas de tecnologia devem parar de manipular os consumidores e dizer-lhes toda a verdade sobre suas práticas e produtos", disse o procurador-geral do Arizona, Mark Brnovich, que ajudou a conduzir a investigação, em um comunicado à imprensa na quinta-feira (19). "Estou empenhado em responsabilizar estas empresas de tecnologia quando elas ocultam informações importantes dos usuários", concluiu.
Na ocasião, a empresa emitiu um raro pedido de desculpas, baixou temporariamente o preço das baterias de substituição de US$ 79 para US$ 29 (de R$ 425,00 para R$ 156,00) e acrescentou um recurso para permitir que os usuários de iPhone monitorassem o estado das baterias.
"Sabemos que alguns de vocês sentem que a Apple os decepcionou. Pedimos desculpas. Antes de tudo, nunca fizemos - e nunca faríamos - nada para encurtar intencionalmente a vida útil de qualquer produto Apple ou degradar a experiência do usuário para impulsionar as atualizações do cliente", disse a empresa em uma declaração de 2017.
E não parou aí. Em março, a Apple concordou em pagar até US$ 500 milhões (R$ 2,690 bilhões) para resolver uma ação judicial coletiva acusando-a de atrasar funcionamento dos iPhones para forçar os usuários a comprar novos modelos.
Além de pagar aos estados, a Apple concordou em fornecer atualizações sobre a saúde da bateria do iPhone, desempenho e gerenciamento de energia em seu site ou notas de instalação.