Em uma entrevista ao jornal Guardian Austrália, um funcionário da embaixada chinesa que pediu que a sua identidade não fosse revelada instou para que a Austrália decida se considera Pequim uma "ameaça" ou uma "oportunidade" estabelecendo assim uma condição prévia importante para o reinício das negociações a nível ministerial, que foram interrompidas no início deste ano.
O diplomata chinês atribuiu a responsabilidade pela interrupção ao governo da Austrália, pedindo para refletir sobre as suas opções "para impedir o declínio nas relações bilaterais" e estabelecer uma atmosfera mais amigável para as conversações.
"Claro que se pode dizer que são precisas duas pessoas para dançar o tango, mas aqui, você pode ver que todo este problema é causado pelo lado australiano", disse o alto funcionário.
"Consideramos que a mentalidade da Guerra Fria deve ser descartada para que a China possa ser vista como uma oportunidade e não como uma ameaça. Caso contrário, toda a trajetória será arruinada", advertiu.
Pequim não terá interesse em conduzir conversações ministeriais ou a nível de chefes de Estado, a menos que a Austrália tome medidas evidentes para criar uma atmosfera mais amigável.
"A China está tentando enviar uma mensagem de que a Austrália deve mudar a mentalidade de como [o país] encara a China e o seu desenvolvimento, se é uma oportunidade ou uma ameaça – essa é a questão", concluiu.