Os líderes do G20 reconheceram a necessidade de reformar organizações internacionais como a Organização Mundial do Comércio (OMC), em comunicado adotado neste domingo (22), no encerramento da cúpula de líderes do grupo, realizada por videoconferência sob a presidência da Arábia Saudita.
A declaração afirma que a crise econômica criada pela pandemia de COVID-19 faz com que o sistema multilateral de comércio seja mais importante do que nunca.
"Reconhecemos a contribuição da Iniciativa de Riad sobre o Futuro da Organização Mundial do Comércio ", versa o comunicado. "Demonstramos nosso apoio político à necessidade de reforma da OMC."
O G20 pediu ainda ao Fundo Monetário Internacional que explore mecanismos adicionais para fornecer apoio às economias de seus países membros em meio à crise.
O documento ainda cita a necessidade de apoio às economias do continente africano e adianta que o tema do perdão de dívidas será central para o trabalho do grupo em 2021.
"Continuamos determinados a apoiar todos os países em desenvolvimento e menos desenvolvidos, conforme enfrentam essa crise da COVID-19, que combina saúde, economia e efeitos sociais", diz o documento, que cita os países africanos e pequenas ilhas especificamente.
Os líderes adotaram a suspensão de pagamentos de serviços das dívidas até junho de 2021, a fim de garantir que os países possam focar seus esforços nos gastos com o combate à COVID-19.
"Estamos empenhados em implementar a Iniciativa de Suspensão de Serviços da Dívida (DSSI, na sigla em inglês), inclusive com a sua extensão até junho de 2021", diz a declaração.
Graças à iniciativa, 46 países puderam suspender temporariamente o pagamento de US$ 5,7 bilhões (cerca de R$ 30 bilhões) em serviços de suas dívidas no ano de 2020. Cerca de 73 países eram elegíveis para participar da DSSI, que pode gerar economias de até US$ 12 bilhões (cerca de R$ 64 bilhões).
As mudanças climáticas também foram objeto de atenção do grupo, que reafirma o comprometimento com um futuro mais sustentável.
Vacinas contra COVID-19
Os líderes ainda se comprometeram com a distribuição equitativa e justa de vacinas contra a COVID-19.
"Mobilizamos recursos para lidar com as necessidades imediatas de financiamento na saúde global, apoiando a pesquisa, desenvolvimento, produção e distribuição de [...] testes, tratamentos e vacinas contra a COVID-19", versa a declaração.
"Não vamos poupar esforços para garantir um acesso fácil e equitativo a todas as pessoas."
A declaração, no entanto, não traz detalhes quanto ao volume de financiamento que os países do G20 estariam prontos para alocar para inciativas ligadas à distribuição de vacinas.
O grupo reafirmou seu comprometimento com iniciativas multilaterais de combate à COVID-19, como a Aliança COVAX, coordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a iniciativa "Acelerador de Acesso aos Instrumentos da COVID" (ACT-Accelerator).
No final da conferência de líderes do G20, o rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdulaziz Al Saud, passou a presidência do grupo a seu colega italiano, o primeiro-ministro Giuseppe Conte.
Neste fim de semana, a Arábia Saudita promoveu a Conferência de Líderes do G20, conduzida por videoconferência a partir de Riad. Neste domingo (22), os líderes se reuniram pela segunda vez para o encerramento das atividades do grupo em 2020.