De acordo com informações da Associated Press, as sentenças são de mais de oito anos para cada um dos réus, detidos há três anos ao serem atraídos para uma oportunidade de negócios na Venezuela.
Os funcionários da CITGO - refinaria, distribuidora e revendedora de petróleo e produtos derivados que é parte da CITGO America, uma subsidiária da empresa estatal venezuelana PDVSA - receberam de oito a 13 anos de prisão.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro denunciou um plano do governo norte-americano para infiltrar e prejudicar o programa de abastecimento alimentar do paíshttps://t.co/yu2eImcFQz
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) November 26, 2020
Gustavo Cárdenas, Jorge Toledo, José Luis Zambrano, Alirio Zambrano, Tomeu Vadell e José Pereira foram acusados de desfalque decorrente de uma proposta nunca executada de refinanciar cerca de US$ 4 bilhões (R$ 21,3 bilhões) em títulos da Citgo, oferecendo uma participação de 50% na empresa como garantia, destaca a AP.
Todos se declararam inocentes. Mas a promotoria afirmou ter encontrado sérias evidências que corroboram crimes financeiros potencialmente prejudiciais à estatal venezuelana.
Os vereditos completam uma saga que começou em novembro de 2017 quando aconteceu uma chamada do chefe da PDVSA convocando todos a Caracas para uma reunião de orçamento de última hora.
Quando chegaram, agentes de segurança armados e mascarados os prenderam sob acusação de desvio de fundos decorrentes de uma proposta nunca executada de refinanciar cerca de US$ 4 bilhões em títulos da CITGO - cerca de R$ 21,3 bilhões -, oferecendo como garantia uma participação de 50% na empresa.
A CITGO disse que eles "esperam por uma resolução que leve à sua rápida liberação", em uma declaração enviada para a CNN.
As famílias do "CITGO 6", referência aos seis detidos, dizem que os homens estão sendo mantidos em condições desumanas em celas de porão superlotadas em uma prisão militar de contraespionagem e sofrem severa perda de peso em um país atormentado pela escassez de alimentos.
Dois dos homens foram transferidos para prisão domiciliar na Venezuela em julho após uma visita humanitária a Caracas do ex-governador do Novo México, Bill Richardson, e de uma equipe de negociadores não governamentais.
Os acusados começaram a ter audiências semanais de julgamento em agosto.
Gabriela Zambrano Hill, filha de Alírio José Zambrano e sobrinha de José Luis Zambrano, dois dos detidos, chamou as audiências de "farsa" e expressou preocupação com a exposição potencial dos homens à COVID-19. Carlos Añez, enteado de Jorge Toledo, disse à CNN que esperava que a audiência chegasse a uma "resolução favorável e correta".
Em uma declaração no início deste mês, o secretário de Estado, Mike Pompeo, pediu a "libertação incondicional" e retorno de todos aos Estados Unidos.
"Estes seis e suas famílias já sofreram tempo suficiente. É hora de Maduro deixar a política de lado e deixar estas famílias se reunirem. Ninguém deve duvidar do compromisso do presidente de trazer para casa todos os cidadãos norte-americanos mantidos como reféns ou detidos injustamente no exterior. O enviado especial do presidente para assuntos de reféns, Roger Carstens, o representante especial para a Venezuela, Elliott Abrams, e eu continuaremos a perseguir nossa missão de assegurar a libertação do CITGO-6 e faremos o máximo para atingir esse objetivo", disse Pompeo.
Em agosto, dois norte-americanos foram presos e condenados a 20 anos de prisão por tentativa de invasão marítima. O governo de Nicolás Maduro acusa os Estados Unidos de serem "neocolonialistas imperialistas".