A taxa de ocupação dos hospitais da rede particular da capital do segundo estado mais atingido pela COVID-19 no Brasil já passa de 90%. E na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade também, informou o site G1. Os leitos que restam na rede pública estão bloqueados para pacientes já internados e que podem precisar de tratamento intensivo.
O médico Graccho Alvim, diretor da Associação de Hospitais do Estado do Rio de Janeiro (Aherj), está preocupado.
"Esse crescimento se torna preocupante, principalmente porque a gente está em uma capacidade quase máxima. A gente está chegando num ponto de estresse grande e aí a rede começa a ficar bastante crítica", disse ele.
Ao todo, 1.044 pacientes estão internados nos hospitais públicos da capital. Nas UTIs, são 493 doentes. No SUS, que engloba unidades municipais, estaduais e federais, 276 pessoas estão na fila para internação pela COVID-19 em todo o estado sendo que 123 precisam de UTI.
Nem nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) os pacientes conseguem fazer exames. Com sintomas da doença, Tatiane Lopes diz que só conseguiu marcar o exame para a primeira semana de dezembro.
"Eu procurei a UPA de Ricardo de Albuquerque passando muito mal, sentindo todos os sintomas da COVID-19. Lá eles me passaram somente as medicações de tratamento porque eles não têm exame, não têm teste, nem raio X para poder fazer", disse Tatiane. "Procurei a Clínica da Família Maria do Azevedo novamente. Com muita insistência eu consegui ser atendida, mas eles me deram o papel para poder fazer o exame [no] dia 8 de dezembro", contou.
Na manhã de quinta-feira (26), a fila era de 114 pessoas para a enfermaria e 115 para UTI. A última vez que a fila esteve grande assim foi no dia 27 de maio. Durante o pico da pandemia, em 9 de maio, ela chegou a ficar com 1.283 pacientes.