Produção de partículas 'fantasmagóricas' de neutrino no Sol é confirmada pela 1ª vez

© Foto / Solar Orbiter / EUI Team (ESA & NASA); CSL, IAS, MPS, PMOD/WRC, ROB, UCL/MSSLPrimeira imagem completa do Sol feita pela missão Solar Orbiter, em 30 de maio de 2020
Primeira imagem completa do Sol feita pela missão Solar Orbiter, em 30 de maio de 2020 - Sputnik Brasil
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Recentemente, os cientistas detectaram neutrinos formados durante um misterioso processo no Sol. A descoberta poderia permitir uma melhor compreensão sobre outros fenômenos do Universo.

Os neutrinos são partículas subatômicas sem carga elétrica que podem ser atribuídos à fusão carbono-nitrogênio-oxigênio conhecida como ciclo CNO, que representa uma pequena, porém, significativa minoria da produção de energia, e que demonstra ser quase totalmente evasivo.

O CNO é um processo de nucleossíntese estelar, no qual os elementos são criados dentro das estrelas através da combinação de prótons e nêutrons. A pequena quantidade de neutrinos que surgem deste mecanismo significa que é difícil serem separados dos sinais de fundo, eles agem como se esses sinais não fossem elevados.

De acordo com o estudo publicado na revista Nature, os neutrinos provenientes deste processo foram detectados, resolvendo um completo mistério. 

Esta é a primeira vez que os cientistas conseguem detectar estes neutrinos ou evidencia direta do ciclo CNO em qualquer forma. Também foi a primeira vez, que a humanidade observou a evidência do mecanismo que converte o hidrogênio em hélio no Universo.

"É um avanço para a física solar e estelar", afirmou à NBC News Gioacchino Ranucci, pesquisador do Instituto Nacional Italiano de Física Nuclear (INFN), na Itália.

Quase todas as estrelas, incluindo o Sol, lançam energia através da fusão de hidrogênio dentro do hélio. No caso do Sol, 99% da energia lançada vem da fusão próton-próton, que libera berílio, lítio e boro antes de serem decompostos em hélio.

"Esta é primeira evidência de que o ciclo CNO está em agindo no sol e nas estrelas", destacou Ranucci.

A descoberta poderá fornecer grandes avanços no entendimento humano sobre estrelas e o Universo, já que as medições podem ser utilizadas para compreender a quantidade de oxigênio, nitrogênio e carbono encontrados nas estrelas como nosso Sol, bem como em sua estrutura.

Os pesquisadores utilizaram o detector Borexino, na Itália, para confirmarem suas descobertas.

"A tremenda descoberta da Colaboração Borexino nos aproxima de uma compreensão completa do nosso Sol e da formação das estrelas massivas, e é provável que defina o objetivo neste campo nos próximos anos", concluiu Gabriel Orebi Gann, físico da Universidade da Califórnia, nos EUA.

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